29/05/2025

A invenção do moderno: Método, Sujeito e liberdade

Parnaíba - Piauí

A noção de “Filosofia Moderna”, para além dos manuais da História da Filosofia, necessita ser revisitada de forma crítica. O seu próprio ponto de partida, a ideia de uma periodização do pensamento, tem se mostrado por demais problemático. Quando se inicia o “Moderno”? Quando se finda? A perspectiva filosófica da História não se confunde com a perspectiva regular e tradicional, visto que os grandes pontos de inflexão e interesse da Filosofia se desenvolvem por caminhos próprios. E esses caminhos se prolongam de tempos recuados até as suas expressões no nosso contexto. Por um lado, os conceitos centrais elaborados no período Moderno passaram a determinar a construção do método da prática Filosófica e científica, assim como a construção de modelos emergentes sobre a constituição do sujeito, na sua intrínseca relação com o conceito de Natureza e Liberdade. Contudo, mesmo após uma intensa e longa desmontagem desses conceitos no correr dos séculos XIX e XX, pode-se observar o quão os paradigmas originados nesse período ainda são determinantes para a atualidade a cada vez que se observa a prática dos saberes e a formação intelectual dos indivíduos. Fica clara a necessidade de rediscutirmos e mesmo reelaborarmos a concepção corrente sobre o “Moderno”, para percebê-lo como determinante para diferentes implicações do pensamento humano atual.

Cientes da necessidade de revisitar as ideias relacionadas à construção do pensamento moderno, o evento tem por objetivo reunir especialistas da Filosofia em autores ou temas específicos dos séculos XVII-XVIII, com a pretensão de retomá-los de forma a questionar e compreender a importância dos conceitos então elaborados para a construção dos saberes e da refundação política, histórica e social posterior e, especialmente, para a compreensão dos dilemas contemporâneos.

Desta forma, este primeiro encontro busca apresentar a invenção do moderno em três aspectos indissociáveis, mas não sinônimos: 1) a elaboração do “Método” como paradigma central do saber, ao mesmo tempo em que os usos da razão tornam-se emancipados da autoridade da Religião; 2) as diferentes teorias do “Sujeito” como plataforma para a expressão de novas noções de subjetividade, pelo menos em três aspectos: psicológica, social e histórica; 3) a substituição das ideias de salvação, felicidade e transcendência no discurso político pela noção de “Liberdade” como afirmação da existência individual e coletiva, pautada por uma preocupação com tolerância.

Para repensar esta atitude inovadora, o evento reunirá professores e estudantes de graduação e pós-graduação, além do público local da Educação básica, com interesse ou com afinidades na pesquisa para dialogar sobre a importância e a atualidade do pensamento Moderno. Trata-se de uma tentativa de evidenciar algumas implicações ainda obscuras dos dilemas derivados das propostas filosóficas desse período.

 


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