05/05/2023
Curso: Feminismo Decolonial
Online via meet
O que é Feminismo Decolonial? Conheça mais sobre o pensamento feminista hoje com o curso ofertado pela Escola As Pensadoras
Você já se questionou ou parou para pensar por que estudamos e temos tanta referência sobre a história norte-americana e europeia? Também já refletiu por que tão pouco é falado sobre as culturas dos povos que viviam aqui na América Latina muito antes dela ser “descoberta”? Esse é o ponto de partida do feminismo decolonial, falar das mulheres e das histórias delas que viviam e vivem na parte sul do planeta.
O feminismo nasceu como um movimento europeu-americano de libertação das mulheres da opressão patriarcal. Sua primeira onda foi provocada por mulheres brancas e de classe média, sendo assim um feminismo branco, eurocêntrico e norte-americano que não levava em consideração as particularidades de outras mulheres, como por exemplo, das negras, das classes trabalhadoras e das mulheres de países colonizados.
É assim que surgiu no início dos anos 2000, falado pela primeira vez pela pesquisadora feminista Maria Lugones, o termo Feminismo Decolonial, criticando a falta de interseccionalidade do feminismo, que levava em consideração apenas um tipo de mulher. O patriarcado não oprime todas as mulheres da mesma forma, raça, sexualidade e classe são forma de opressões que agravam as condições de outras mulheres, principalmente as de países colonizados.
O feminismo decolonial também se contrapõe ao feminismo liberal, que não reflete sobre as condições dos trabalhadores. Ele expõe ainda as interseccionalidade vivida por outras mulheres, que são atingidas por outras opressões, associando-se com a quarta onda do feminismo.
Apesar de criticar o feminismo eurocêntrico, o FD é bem recebido por feministas e pesquisadoras europeias, que reconhecem a importância de debater sobre a decolonialidade e a colonialidade. Como conta a professora Susana de Castro Amaral Vieira, responsável por ministrar o curso Feminismo Decolonial, no mês de maio, na Escola As Pensadoras. Para Susana, o debate sobre o tema é essencial para avançarmos no combate as desigualdades de gênero: “somente uma corrente feminista comprometida com o avanço de todas as lutas sociais pode efetivamente impactar na mudança social necessária para o fim da violência de gênero”, afirma a professora.
Curso Feminismo Decolonial
O debate abordará a perspectiva de feminismo centrado na análise da situação americana, colonizada por diversos países europeus, com forte peso do colonialismo hispânico e português. Com aulas em que o feminismo decolonial buscará denunciar o modo particular em que o ocidentalismo e o colonialismo se impuseram na América do Sul e do Norte. Abordando como exemplos a marginalidade dos povos originários, escravidão dos africanos e surgimento de intelectualidades fincadas na diferença colonial. Desde este ponto de vista, o feminismo decolonial busca uma forma de recuperar o silenciamento e esquecimento que sofreram os saberes, epistemologias e cosmopercepções não ocidentais, recuperar as vozes e lutas não hegemônicas.
O curso começa no dia 5 de maio e ocorrerá ao longo do mês e possui um preço bem acessível, sendo R$85,00 para estudantes e R$130,000 para profissionais. As aulas são online pela plataforma Google Meet e acontecerão as sextas-feiras à noite e nos sábados pela manhã. Todos os participantes recebem certificação de 20h pela Escola As Pensadoras.
É possível acompanhar as aulas ao vivo, de forma síncrona, ou as gravações, de forma assíncrona, por até 12 meses, período em que as aulas ficam disponível após o fim do curso. Este curso faz parte do Aperfeiçoamento em Feminismos - 3º Ano. Para mais informações, acesse o link abaixo: https://www.aspensadoras.com.br/cursos/feminismo-decolonial
A ministrante das aulas, a professora Susana de Castro Amaral Vieira, é pós doutora em Filosofia pela CUNY Graduate Center, dos Estados Unidos, doutora na mesma temática pela Ludwig Maximilian Universität München. Sua graduação e mestrado foram também em Filosofia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde é professora titular do Departamento de Filosofia e do Programa em Pós-graduação em Filosofia. Parte de sua experiência e pesquisa na área é sobre estudos de gênero. Além de coordenar o laboratório Antígona de Filosofia e Gênero é autora dos livros Filosofia e Gênero (2014), Ontologia (2008) e As mulheres das tragédias gregas: poderosas? (2011).