13/11/2023
Explosão cultural: Teat(r)o Oficina
Endereço Av. Prof. Luciano Gualberto, 315. Ed. Filosofia e Ciências Sociais. FFLCH/USP. Auditório 14. Cidade Universitária, São Paulo-SP
Programação:
16h Filme "A Máquina do Desejo"
19h Coro coletivo com músicas do Oficina no vão da História
19h30 Mesa de debate com Cafira Zoé
Camila Mota / Letícia Coura / Joaquim Castro
Em julho deste ano, encantou-se Zé Celso, uma das maiores figuras da arte no Brasil.
Uma lembrança: era um evento em homenagem a Roberto Salinas Fortes, na década de 90. Nós, estudantes da Filosofia, nos espremíamos na sala 111, a maior de nossas salas de aula, para ouvir Marilena Chaui. E eis que, do meio de nós, se ergue com uma voz forte e gestos imensos, Zé Celso (de quem Salinas fora muito próximo).
Marilena o convidou para compor a mesa.
Zé subiu na mesa!
Aplaudimos, em êxtase, aquela potência, aquela força, aquele conatus tomado de paixões alegres. A absoluta irreverência! Zé Celso, em cima da mesa na sala de aula da Filosofia.
Que pessoa gigante!
Zé, em 1958, foi fundamental na fundação do Teat(r)o Oficina. Essa Uzyna Uzona que re-existiu à ditadura e que mantém conservada sua potência de agir como ato antropofágico de transformação do tabu em totem, o Oficina é máquina do desejo de re-existência cujas implicações coletivas expressam-se na atual luta pelo Parque do Bixiga, uma luta por um outro modo de viver a cidade.
A re-existência e a luta de Zé e do Oficina dizem respeito às nossas próprias existências e, por isso, no esforço de construção de alianças vitais, vamos celebrar Zé Celso e o Teat(r)o Oficina com a exibição do filme, dos diretores Joaquim Castro e Lucas Weglinsk, "Máquina do Desejo", que conta a história dos 60 anos do Oficina, um coro coletivo com músicas do Oficina, que expressam a forma de manifestação corporal alegre e forte do Oficina, e um debate com
Camila Mota
atriz, dramaturga, diretora, produtora, compositora e artista visual. Seu trabalho está na encruzilhada entre performance, desenhos, vídeo e instalações. Desde 1997 integra a companhia Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona e, desde então, contribui na criação de todos os projetos da companhia. Além de atuar, co-dirigiu a adaptação de "Os Sertões", é diretora e conselheira de vídeo e cinema ao vivo no Teat(r)o Oficina e compõe a coordenação da Universidade Antropófaga, diretora da produtora Cabra Filmes e colaboradora do Arquivo Mangue. Em 2023, com sua direção, estreou "Mutação de Apoteose".
Cafira Zoé
pessoa não binária, poeta, ensaísta, dramaturga e artista transmídia, com trabalhos nos campos das artes plásticas, teatro, cinema e videoarte. desde 2015 faz parte do teat(r)o oficina uzyna uzona. integra também o coletivo multimídia arquivo mangue. é mestre em psicologia clínica e estudos da subjetividade com a dissertação “cerca não prende rio”, com orientação do professor e filósofo Peter Pál Pelbart.
Letícia Coura
cantora, compositora e atriz. Mestre em Artes Cênicas (USP), integra a Companhia Teatro Oficina desde 1999. Com 9 álbuns lançados (solo, parcerias e com seu trio, Revista do Samba), assina a direção musical de Retábulo da Avareza, Luxúria e Morte (Os Satyros) e O Fantasma do Circo. Apresentou-se em 20 países e em boa parte do Brasil. Traduziu importes nomes da língua francesa e, além de “Então é isso?!”, é autora de O Coro Antropófago no Bixiga. Das Paredes marca sua estreia como dramaturga e diretora.
Joaquim Castro
é cineasta e seu segundo longa-metragem como diretor e montador, "Máquina do Desejo", ganhou diversos prêmios, incluindo o de melhor montagem e menção honrosa do júri no festival É Tudo Verdade 2021, melhor documentário pelo Júri Popular do festival Mix Brasil 2021, entre outros.