20/08/2022

Vivemos numa época doente. Nossa cultura está doente. Mas o que significa dizer, de uma cultura, que ela adoeceu? Pergunta curiosa, e mais ainda se considerarmos que foi feita também em outras épocas e culturas, particularmente pela cultura moderna da qual ainda fazemos parte. Friedrich Nietzsche foi certamente um dos mais marcantes críticos da decadência moderna. Sua filosofia, ainda que permeada de tensões e contradições, nunca deixou de pensar um diagnóstico da modernidade e do sujeito moderno.

Foi também um crítico peculiar, ao pensar a relação intrínseca entre saúde e doença e atravessá-la pela questão do estilo artístico. Como pensar, então, a cura pelo estilo ou o estilo da cura? O que isso significa para nós, doentes modernos, que estamos tão imersos nos paradoxos e aberturas apontados por Nietzsche há mais de um século?

Questões importantes, não apenas para a atualidade, mas também para a compreensão de divers@s pensador@s contemporâne@s, desde Walter Benjamin e Theodor Adorno até Michel Foucault, Jacques Lacan e Judith Butler. Pretendemos, neste minicurso, apresentar as noções que Nietzsche mobiliza para diagnosticar a modernidade e enfrentar a doença.