30/09/2024

O título Odisseias por águas nunca dantes navegadas...como foi escrito no I Colóquio, continua desafiador, pois, conforme escrevemos na ocasião, ecoa Heráclito, Homero, Camões e outros/as autores/as. Por um lado, pode-se dizer que todas as “águas” neste planeta já foram navegadas; por outro, navegá-las (também metaforicamente), reunindo olhares e vozes divergentes e complementares, é, parece-nos, sempre uma nova perspectiva — Nunca entramos duas vezes no mesmo rio, já disse Heráclito —, dada a reunião de obras das áreas de Literatura, Filosofia, História, Ecologia e Cinema, baseadas não apenas na experiência singular de cada percurso de vida, mas também nos recentes quadros teóricos e resultados das ciências ambientais que se nos apresentam neste momento. Destaco, aqui, a questão ambiental, em um ano de uma tragédia sem par, no sul do Brasil, que clama por uma reflexão profunda, uma verdadeira odisseia para reestruturar não apenas os locais afetados, mas conduzir a uma nova jornada, por meio da educação e da informação — daí a mesa com Márcio e Carla, juntando dois polos tão importantes em que política e ecologia se unem, a fim de podermos sobreviver às alterações antrópicas que nos colocam em risco. Naturalmente, todas as outras mesas, em que variadas vozes e perspectivas das artes, da história, literatura e filosofia se conectam, também contribuem para um sentido mais amplo de nossa vida acadêmica e nossos papéis na sociedade e nos caminhos, marítimos e terrestres, de nossas travessias.