12/05/2023

O divino, as divindades, a imortalidade e a participação no rito atravessaram estreitamente o pensamento grego — e não apenas o filosófico —, a constituir um dos fios condutores da historicidade do mundo grego. E a introdução do rito nas reflexões e práticas filosóficas, artísticas e jurídicas atesta o fato de não haver um abandono do mito. Há, em vez disso, uma transformação e o ressignificação do conceito e da prática do divino ao longo dos séculos. Não há, portanto, uma negação do divino ou uma laicização da sociedade, mas um questionamento filosófico da divindade e no período, cujos vestígios microscópicos são um desafio a nossos olhares. Ao contrário do desaparecimento do mito e do rito, eles assumiram papel protagonista no período helenístico e romano, a legar ao medievo sua marca central à multiplicidade de relações e desdobramentos na Antiguidade”