10/09/2024
XVII Jornada de Debates: Encontros Com a Filosofia: Filosofia/Psicanálise; Psicanálise/Filosofia
UENP/Campus Jacarezinho
A “XVII Jornada de debates: encontros com a filosofia: filosofia, psicanálise/psicanálise, filosofia", e do "XIV Encontro de iniciação científica em filosofia da UENP", têm em vista problematizar uma dupla relação: a da filosofia com a psicanálise; a da psicanálise com a filosofia. Marcada por tensões e estranhamentos, esta relação também se caracterizou pela forte atração que uma parte exerceu sobre a outra. Da metapsicologia freudiana sabemos que, a despeito do parecer desfavorável que o pai da psicanálise dirigiu à filosofia do seu tempo, o pensador austríaco jamais deixou de se comprometer com a reflexão filosófica. Mill, Schopenhauer, Nietzsche são apenas alguns exemplos de registros filosóficos que acompanham a psicanálise desde a sua origem. Neste sentido, dignos também de nota são os cursos ministrados pro C.G. Jung sobre o Zaratustra de Nietzsche; a leitura que Lacan – que sempre enfatizou o caráter anti-filosófico de seu pensamento – fez de Descartes quando pensou o sujeito do inconsciente; ou a que fez de Kant e Espinosa quando propôs uma ética da psicanálise. Da outra perspectiva, a da relação entre a filosofia e a psicanálise, tal relação tampouco é isenta de tensões e estranhamentos. Não obstante, não podemos negar o lugar central que a psicanálise ocupou no pensamento filosófico contemporâneo, onde foi recebida com entusiasmo, mas também sob críticas contundentes. A presença da psicanálise no existencialismo, na teoria crítica, no pós-estruturalismo francês, na fenomenologia e em outras escolas filosóficas atesta o seu lugar de destaque na filosofia do século XX, mas também prepara o terreno para que esta relação se constitua hoje num campo específico da reflexão filosófica, aquele ao qual se convencionou chamar por filosofia da psicanálise.