22/10/2024
Akrasia epistêmica e ineficiência epistêmica: uma abordagem baseada em virtudes
Neste livro a autora defende um “novo” vício epistêmico, o vício da ineficiência epistêmica. Embora a autora considere batizar e traçar perfis para vícios um empreendimento filosófico ousado, a tarefa é tornada despretensiosa pelo fato de que o vício sobre o qual a autora tenta esclarecer está, na verdade, correlacionado com um problema antigo e muito conhecido na história da filosofia: o problema da fraqueza de força de vontade, ou akrasia. Ela defende essa interrelação mostrando que, embora não sejam, estritamente falando, o mesmo problema, ou problemas-espelho, a fraqueza da força de vontade e a ineficiência epistêmica têm muito em comum. Na verdade, a ineficiência epistêmica, ela afirma, é o mais próximo que se pode chegar da fraqueza da força de vontade em contextos intelectuais ou epistêmicos, uma vez que nesses contextos a noção de força de vontade (capacidade de controlar pensamentos e ações) não é preponderante. A noção preponderante quando se trata de atividade epistêmica é a eficiência (capacidade de produzir os resultados pretendidos sem desperdiçar recursos). Para conseguir isso, ela mostra que há muitos problemas com a coisa que normalmente se pensa ser, ou deveria ser, o correlato da fraqueza de vontade, a chamada “akrasia epistêmica”; e concebe uma apresentação abrangente da epistemologia do vício e da epistemologia da investigação, bem como de por que a ineficiência epistêmica se enquadra como um vício epistêmico seguindo os princípios dessas duas disciplinas.