05/02/2019

Biopolítica: críticas, debates e perspectivas de Thomas Lemke

Biopolitica 650x870

Autor: Thomas Lemke
ISBN: 978-85-94444-03-5
Editora: FILOSÓFICA POLITEIA
Edição: 2018
Número de páginas: 191
Sinopse: Por que estudar o conceito de “biopolítica” no século XXI em um país da semiperiferia do capitalismo? A pergunta é provocadora. Afinal, o signo forte de nossa história, sempre atualizado e reconfigurado, não seria muito mais a política da morte e da espoliação, do silenciamento e da exclusão, do desaparecimento e da negação? Como falar em política da vida, quando é precisamente esta que parece estar banida do horizonte de expectativas e dos cálculos da arte de governo tupiniquim? Se Michel Foucault ensinou que biopolítica “faz viver e deixa morrer”, os polos não seriam invertidos ao Sul do Equador? Ora, justamente nesse momento, a incursão genealógica no termo permite-nos desvendar seus aspectos mais relevantes para o contemporâneo. O livro do sociólogo alemão Thomas Lemke realiza um minucioso e denso percurso nas sendas da biopolítica. De sua aparição nas obras do cientista político

Rudolf Kjellén no início do século XX, passando pela escola geopolítica do geógrafo Friedrich Ratzel, pelas teorias nacional-socialistas pangermânicas, até as tradições mais recentes, como a biotecnologia e a biopolitologia, e as contribuições de Michel Foucault, Giorgio Agamben e Antonio Negri, entre outros, Lemke refaz criticamente o desenho do conceito e suas mutações no tempo. Seguindo a trilha aberta por Lemke, talvez possamos começar a juntar as peças do quebra-cabeça que permita compreender como um dispositivo híbrido, plástico e estratégico corporifica-se perante nossos olhos, amalgamando micro instituições de sequestro disciplinar, espetaculares mecanismos soberanos e subjetividades neoliberais
empreendedoras de si, bem ao gosto da dialética periférica, na qual a exceção sempre foi a regra e vice- versa; biopolítica e necropolítica mostram-se nos trópicos como dois lados da mesma moeda. O livro em mãos opera como um farol que ilumina importantes elementos da ontologia de nosso presente.


Tradutor: Eduardo Altheman C. Santos é mestre e doutor em Sociologia pela FFLCH/USP. Realizou estágio de pesquisa na Universidade Goethe sob orientação de Thomas Lemke. É autor de O poder da economia e a economia do poder ÃƒÂ‚– neoliberalismo e governamentalidade em Foucault (ed.FFLCH/USP, 2015), e tradutor de Foucault, governamentalidade e crítica.