12/09/2021
Os selvagens de Rousseau
Pensar a recepção dos “selvagens” na Filosofia é, de certo modo, repensar nossas primeiríssimas relações com a Filosofia. É pensar sobre como os povos originários, que aqui habitavam antes das invasões, puderam fornecer ricos e variados elementos que serviram para a Filosofia repensar a sociedade, a moral, os costumes e a política ocidental no auge da Modernidade. Os selvagens de Rousseau não são apenas os ameríndios por meio da filosofia e dos relatos de viagem (sauvage réel). O homem primitivo, natural ou original de Rousseau, é também concebido como “homem selvagem”; e sua grande obra pedagógica concebe o personagem Emílio como uma mutação do selvagem, agora feito para habitar as cidades. E o Discurso sobre a desigualdade retoma, além do selvagem real e do selvagem primitivo, a acalorada discussão sobre os enfants sauvages. Os selvagens, em suas distintas expressões, perpassam toda a obra de Rousseau, incluindo, além do mencionado discurso e do Emílio, o Discurso sobre as ciências e as artes, o Ensaio sobre a origem das línguas, o Préfacio a Narciso, entre outros fragmentos e cartas. Dada a relevância e sistematicidade do tema, propomos ao leitor um prisma variado de análises para começarmos a suplantar as lacunas sobre a questão.
Organizadores: Leonardo O. Moreira, Fabien Pascal Lins e Milton Meira do Nascimento. Editora Phi, 2021. 216 páginas. ISBN: 978-65-88691-07-6.
Artigos de: Leonardo O. Moreira, Blaise Bachofen, Sérgio Cardoso, Olgária Chain Féres Matos, Bertrand Binoche, Gabriel Galice e Christophe Miqueu, Milton Meira do Nascimento, Pedro Paulo Pimenta, Evaldo Becker, Filipe Ceppas, Renato Moscateli e Luiz Monzani.
Tradutores: Kamila Babiuki e Rafael de Araújo e Viana Leite.
Disponível no site da Editora Phi: https://www.editoraphi.com.br/loja e no site da Amazon.br.