15/05/2025

Protodoxógrafos gregos: uma reavaliação do papel de Hípias de Élis como fonte protodoxográfica

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Está disponível para download gratuito no site da Editora PPGFIL UFMG, o livro Protodoxógrafos gregos: uma reavaliação do papel de Hípias de Élis como fonte protodoxográfica, de Gustavo Laet Gomes, doutor em Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais, que pesquisa a história da chamada “filosofia pré-socrática”, em particular as origens e a recepção do naturalismo jônico e também as origens do atomismo antigo atribuído a Leucipo e Demócrito.

Resumo:  Em 1944, Bruno Snell inaugurou um novo campo de pesquisas – que podemos chamar de Estudos protodoxográficos – ao defender que haveria uma fonte comum para passagens paralelas com características doxográficas em Platão e Aristóteles, que ele identificou como sendo o sofista Hípias de Élis. Estudiosos posteriores – em particular Joachim Classen, Jaap Mansfeld e Andreas Patzer – replicaram seu método para outras passagens paralelas, e com isso acabaram expandindo o rol de possíveis conteúdos oriundos de Hípias. Esta generalização, contudo, não virá sem perdas de caráter metodológico, em particular uma gradual dispensa de âncoras paralelas de confirmação para as passagens aventadas: para Patzer, por exemplo, a simples ocorrência de textos paralelos com estrutura similar à que fora identificada originalmente por Snell será tomada como signo inequívoco da presença de Hípias. Um dos efeitos desse procedimento será a propagação de uma imagem hipertrofiada de Hípias como filósofo, historiador da filosofia e inaugurador do discurso doxográfico, antecipando a tradição doxográfica peripatética e configurando-se como uma espécie de eminência parda por trás da apreciação platônico-aristotélica da chamada “Filosofia Pré-Socrática”. Embora Mansfeld tenha elaborado suas contribuições sobre a teoria de Snell de forma mais cuidadosa, produzindo inclusive um importante avanço, ao identificar uma matriz protodoxográfica gorgiana, paralela à hipiana, a falta de continuidade nos estudos protodoxográficos (que praticamente ficaram congelados no ano de 1986), resultou em uma recepção enviesada, na qual Mansfeld passou a funcionar até mesmo como confirmador dos excessos de Patzer. Diante desse cenário, este livro retorna a Snell e seus sucessores, a fim de retraçar a evolução da teoria protodoxográfica, reavaliar criticamente as evidências apresentadas e acrescentar evidências que foram negligenciadas, incluindo estudos recentes sobre Hípias e outras personagens implicadas. Desta análise, emergem um perfil mais adequado para Hípias enquanto autor, e uma caracterização mais adequada da estrutura e da finalidade de sua Coletânea, além de uma caracterização mais precisa e consequente valorização da contribuição protodoxográfica de Górgias, e a identificação de uma possível nova fonte protodoxográfica no médico naturalista Hípon.

 

 

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