01/03/2024
CHAMADA DE SUBMISSÃO DE ARTIGOS PARA DOSSIÊ (EDIÇÃO 2024.1) - FOUCAULT E PENSAMENTO DECOLONIAL
Revista Somanlu - UFAM
Está aberto o período de submissão de artigos científicos para o dossiê Foucault e pensamento decolonial da Somanlu: Revista de Estdudos Amazônicos, a ser publicado no 1º semestre de 2024. As submissões deve ser realizadas até o dia 31/05/2024.
Organizadores:
Prof. Dr. Luis Celestino de França Júnior (UFCA)
Prof. Dr. Caio Augusto Teixeira Souto (UFAM)
O objetivo dessa chamada é aproximar Michel Foucault do pensamento decolonial permitindo a publicação de textos que articulem pesquisas, colaborem como diálogo, apontem ausências, críticas, contribuições e trabalhos com e para além da obra e do pensamento do pensador francês. O ano de 2024 marca a passagem dos 40 anos da morte de Foucault, bem como os 40 anos em que foi proferido seu curso A Coragem da Verdade e a publicação de dois volumes da História da Sexualidade.
Nesse sentido, propor essa edição é prestar uma homenagem e apontar para a atualidade de novos diálogos do pensamento de Foucault destacando para a vivacidade da sua produção intelectual. Foucault foi um pensador do “fora”. Interessou-se mais pelo que vidas infames, anormais, presos, loucos tinham a dizer do que a ser um mero comentador de autores clássicos sendo difícil enquadrá-lo dentro de alguma escola filosófica. Daí que vez ou outra ainda se vê seu pensamento enquadrado numa difusa French Theory ou no que se convencionou chamar pós-estruturalismo.
Vale lembrar as várias viagens do pensador ao Brasil tão belamente narradas em obras como “Impressões de Michel Foucault” de Roberto Machado e “Ensaios sobre Michel Foucault no Brasil” de Heliana Conde. Destacamos ainda a viagem a Belém a convite do professor Benedito Nunes da Universidade Federal do Pará. Entre o peregrino filosófico, o pensamento nômade e o “caminhar, uma filosofia”, Foucault se deslocou por diferentes mundos e propõe uma filosofia para inquietos que, como ele, se arriscam e aventuram a pensar a filosofia como uma forma de vida.
Nos últimos anos, uma palavra-conceito vem ganhando espaço na esfera pública de discussões acadêmicas: decolonialidade. Presente tanto no questionamento de epistemologias tradicionais como na denúncia do silenciamento de pensamentos e práticas ameríndias, africanas, fora do eixo tradicional, o pensamento decolonial também desafia a filosofia a pensar seus cânones, a rediscutir seus conceitos e colocar pensadoras e pensadores tradicionais numa posição de escuta sobre o que outras epistemologias, práticas e matrizes de pensamento tem a dizer.
Michel Foucault – que não se dizia filósofo – tem uma larga produção sobre as condições de possibilidade de produção de pensamento em diferentes contextos e em diferentes áreas. Em que medida a obra de Foucault - que se dedicou à loucura, aos anormais, à sexualidade, à verdade, ao biopoder, ao racismo de estado, às vidas infames, ao neoliberalismo, à parresia, à filosofia como forma de vida – encontra diálogo com o pensamento decolonial.
Nesse sentido, essa edição é um convite a todas, todos e todes que se interessem por contribuir com reflexões em formato de artigo, traduções e entrevistas sobre a obra de Michel Foucault e suas interlocuções nesse momento de celebração e revisão crítica por ocasião da passagem dos 40 anos de sua morte.