03/11/2021

Em maio de 2020, a filosofia brasileira perdeu um de seus maiores nomes. A admiração que Ruy Fausto sempre despertou em todos à sua volta tinha a ver com uma disposição intelectual e política que destoava tanto da academização quanto da midiatização do discurso filosófico, no Brasil como na França. Ruy Fausto nunca colocou em suspenso, em termos políticos e históricos, sua análise do texto marxiano; ao contrário, sempre pensou Marx e a si mesmo no horizonte das experiências mais cruciais das sociedades contemporâneas, nas suas moradias tão distintas. Sem se furtar ao debate público, por outro lado, sempre rejeitou a facilitação da crítica midiatizada. A combinação de rigor conceitual e interesse político marca sua obra de ponta a ponta, em uma tensão avessa a barateamentos.

O dossiê d’Os Cadernos de filosofia alemã: Crítica e Modernidade, seguido de um evento com a presença de autores e autoras dos textos, é uma homenagem a Ruy Fausto, procurando estar à altura dessa aliança rara de rigor e interesse.

O dossiê conta com artigos de Cicero Araujo, Yara Frateschi, Rúrion Melo, Rodnei Nascimento, Leonardo da Hora, Luiz Repa, Renata Guerra e Bruno Serrano, a transcrição de uma aula de Fausto no curso “Adorno e a Dialética Negativa” (ministrado na Universidade Paris VIII em 1996), por Arthur Hussne Bernardo, e a resenha da tradução brasileira de O capital e a lógica de Hegel: dialética marxiana, dialética hegeliana, de Ruy Fausto, por Régis de Melo Alves.

O evento online de lançamento deste número ocorrerá nos dias 19 e 26 de novembro de 2021.

Links:

19/11 - https://youtu.be/SiCYnS3axYU

26/11 - https://youtu.be/eHr8PEGQv_4