
Extrema-direita, fascismo e os impactos sobre educação e filosofia
Extrema-direita, fascismo e os impactos sobre educação e filosofia
Enquanto o mundo globalizado se modifica profundamente e parece reaver como reação um espírito conservador que mescla características fascistas com traços neoliberais estendidos da economia à subjetividade, à filosofia parece se impor uma reflexão que ultrapassa as áreas comumente dedicadas a pensar sobre política e economia, por exemplo. Pensando nesse tema, ocupamos, nas últimas semanas, nossos meios de comunicação com reflexões de nossa comunidade, que reunimos neste boletim.
O modo como extrema-direita e fascismo têm se imiscuído no cotidiano da sala de aula, produzindo cenários de insegurança — vide as perseguições políticas sofridas por docentes e discentes em níveis diferentes da trajetória filosófica — e cenários de violência, mais ou menos explícita, é sintomático da pervasividade desse tipo de discurso.
O risco é grande quando a educação, e a educação das humanidades em especial, é ocupada pelas instituições afins à extrema-direita e ao fascismo (entidades privadas de educação, militarização da educação, conglomerados tecnológicos a serviço do neoliberalismo). Pensar sobre esses impactos é urgente para o contexto educativo acadêmico e para o espaço educacional filosófico do chão da sala de aula.
Neste sentido, os pesquisadores da Associação Brasileira de Ensino de Filosofia (ABEFil) e do GT Filosofar e Ensinar a Filosofar da Anpof contribuiram com as reflexões com os seguintes textos: a profa. e Dra. Jéssica Ribas (UFSM) escreveu “Ensino de Filosofia, Neoliberalismo e Parentalismo: reflexões de uma professora”; a profa. Dra. Valeria Wilke (Unirio) e o mestrando Gilberto Miranda Junior (PROF-FILO/UFABC), “O Ensino de Filosofia em tempos da Caverna Digital”; o prof. Dr. Thiago Stadler (Unespar), “Educação e extrema direita: notas sobre um projeto permanente de destruição”; o prof. Dr. Lucas Barretos (IFCE), “O deboche e crítica: sobre a prática de um professor de Filosofia”; o prof. Dr. Christian Lindbergh, “A crise da educação como sintoma da barbárie contra a civilização”; os professores Dr. Leonardo Diniz (CEFET/RJ) e Mndo. Vitor Castilho (CEFET/RJ), “A educação e a filosofia brasileiras em meio a novos atores à direita e a velhos conflitos”. Ainda tivemos a contribuição do GT de Teoria Crítica da Anpof com o texto “A ascensão da extrema direita na era digital: será mesmo a morte da esquerda?”, do prof. Dr. Wécio Araújo (UFPB) e do GT de Teorias da Justiça da Anpof, com a contribuição do prof. Dr. Jozivan Guedes (UFPI), com o texto “O extremismo do discurso de ódio e os equívocos acerca da liberdade de expressão”.
Haveria alternativa ao neoliberalismo? Colocando em xeque o famoso slogan de Tatcher, também compartilhamos o episódio do Podcast Anpof em que recebemos a professora de Direito Mariana Fischer (UFPE) para pensar neoliberalismo e extremismos. Nesta conversa, conduzida pela professora Dra. Mariana Broens (Unesp/Anpof), ouvimos reflexões sobre essas categorias e como Mariana Fischer estabelece relação entre elas.
Agradecemos as contribuições de nossa comunidade e convidamos vocês a ler e ouvir estas reflexões.
Até mais!
Diretoria Anpof - 2025/202