A programação do Anpof 8M tem o objetivo de dar visibilidade aos trabalhos de filósofas e também discutir a presença das mulheres na Filosofia no Brasil. Em 2025, a campanha apresentou entrevistas, rodas de conversas, um episódio do Podcast Anpof e também relembrou comunicações realizadas durante o último Encontro Anpof, que aconteceu em Recife, no ano passado. O último destaque foi o relatório sobre violência de gênero publicado pela Rede Brasileira de Mulheres Filósofas.

O relatório sobre violência de gênero foi produzido pela professora Dra. Carolina Araújo (UFRJ), junto ao Dataphilo e ao Projeto Quantas Filósofas? da UFRJ, compilando as informações coletadas em um formulário respondido por filósofas membras da Rede Brasileira de Mulheres Filósofas (RBMF) sobre a violência de gênero que sofreram ou sofrem. Esse material é a descrição de um cenário oriundo de narrativas. Enquanto tal, ele não tem o intuito de provar a verdade sobre os fatos narrados: o local desse exame são as instituições de acolhimento de denúncias. O propósito, ao contrário, é fazer escutar os relatos sobre violência de gênero sofrida pelas filósofas brasileiras em sua versão sistemática. Acesse aqui o relatório completo.

O 8M apresentou duas entrevistas, a primeira com a professora Bárbara Souto (Unimontes), sobre imprensa periódica oitocentista e a filosofia política de mulheres ilustradas, uma colaboração do GT Mulheres na História da Filosofia da Anpof junto à Cátedra UNESCO para a História das Mulheres na Filosofia, Ciência e Cultura. Na entrevista, a professora Nastassja Pugliese (PPGLM/UFRJ) e a mestranda Yasmim Pontes (PPGE/UFRJ) apresentam o trabalho de Bárbara, pautando assuntos sobre a imprensa oitocentista. Na segunda entrevista, pudemos conhecer um pouco mais sobre a proposta de trabalho da Rede Brasileira de Filósofes Trans.

Em mais um episódio da temporada XX Encontro Anpof do Podcast Anpof, recebemos três pesquisadoras que receberam o Prêmio de Dissertação e Teses Anpof em 2024, durante o XX Encontro Anpof, em Recife: Ma. Annelise Schwarcz (UFF), doutoranda em Filosofia na UFRJ, Ma. Mariana Dias Pinheiro Santos (UFS), e Ma. Carolina Moreira Paulsen (UFPel). A mediação da conversa foi realizada pela professora Dra. Solange Aparecida de Campos Costa (UESPI), que integrava a Diretoria da Anpof no biênio passado e conduziu o trabalho desta premiação.

Acompanhamos também duas Rodas de Conversa conduzidas pela Diretoria da Anpof. A primeira sobre fazeres da orientação: exercícios e afetos feministas, em um diálogo inspirado no livro “Carta de uma orientadora: Sobre pesquisa e escrita acadêmica”, de Debora Diniz, com as professoras Dra. Janyne Sattler (UFSC) presidente da Anpof, e Dra. Halina Leal (PUCPR), diretora de comunicação da Anpof, que receberam a professora Dra. Juliele Sievers (UFAL). E a segunda roda pautou a presença das mulheres nos currículos da educação básica e o impacto de gênero, cultura e etnia na experiência escolar, com a presença das professoras Dra. Ana Miriam Wuensch (UnB) e Dra. Tais Silva Pereira (CEFET-RJ) e mediação da professora Dra. Janyne Sattler (UFSC/Anpof).

Duas comunicações apresentadas durante o XX Encontro Anpof integraram a programação deste 8M: começamos conhecendo o trabalho da professora Dra. Inara Zanuzzi (UFRGS), apresentado em uma das mesas do GT Mulheres na História da Filosofia da Anpof, que aborda o papel político de Aspásia no cenário ateniense; e também a mesa Filosofia e Cuidado, que integrou a programação do GT filosofia e Gênero da Anpof, com comunicações das professoras Dra. Ilze Zirbel (Cesusc), Tânia Kuhnen (UFOB) e Zilma Cordeiro de Sales (Sec. Municipal de Fortaleza).

A campanha deste ano reuniu 13 colunas especiais, oito delas produzidas em parceria com os Grupos de Trabalho de mulheres filósofas da Anpof e outras cinco encomendadas especialmente para a campanha, abordando a presença das mulheres no ensino de Filosofia, a relação entre ecofeminismo e crise climática e a integração das filósofas nas áreas tradicionalmente analíticas. Conheça todos os textos:

María Zambrano: exílio, gênero e insurgências, por Solange Aparecida de Campos Costa, professora de Filosofia da UESPI, em colaboração com GT Raça, Gênero e Classe da Anpof.

Feminismo Negro Brasileiro e Ensino de Filosofia: Reflexões sobre a invisibilidade das pensadoras negras brasileiras no ensino de filosofia, por Elizangela Alves Sousa Marques, mestranda em Filosofia na UFMT.

A questão das fontes no resgate de filósofas brasileiras oitocentistas, por Nastassja Pugliese, professora de Filosofia da UFRJ, e Juliana Silva de Souza, graduanda em pedagogia na UFRJ e pesquisadora de Iniciação Científica, em colaboração com GT Mulheres na História da Filosofia da Anpof e Cátedra UNESCO-UFRJ para a História das Mulheres na Filosofia, Ciências e Cultura.

A dupla jornada das Filósofas na educação básica, por Dayane Evellin de Sousa Costa, mestre em Filosofia pela UFC (PROF-FILO) e professora de Filosofia da Rede Estadual do Ceará.

Ecofeminismo: um aceno filosófico à crise climática, por Anelise De Carli, pós-doutoranda em Filosofia na PUCRS.

8 de março para quem?, por Simone Borges dos Santos, doutoranda em Filosofia na UFBA, em colaboração com GT Raça, Gênero e Classe da Anpof.

Mulheres na História da Filosofia: abordagens sobre as Leis 14.164/2021 e 14.986/2024, por Beatrís da Silva Seus, doutoranda em Filosofia na UFPel, e Raíssa Teixeira Almeida de Souza, mestre em Filosofia pela UFF, em colaboração com GT Filosofia e Gênero da Anpof.

FILBRAS: Um convite para pensar nossas filosofias, por Letícia Bello, doutoranda em Filosofia na UFSM, e Yasmin Nobre, doutoranda em Filosofia na UFSM, em colaboração com GT Mulheres na História da Filosofia da Anpof e Laboratório de Filosofias Brasileiras.

Filósofas que pesquisam Wittgenstein, por Janyne Sattler, professora de Filosofia da UFSC, e Mirian Donat, professora de Filosofia da UEL.

Troca de saberes entre mulheres: cultivando afetos e tecendo ações, por Carmelita Brito de Freitas Felício, doutoranda em Filosofia na UFG, e Iarle Sousa Ferreira, mestra em Filosofia pela UFG, em colaboração com GT Filosofia e Gênero da Anpof.

Porque ainda vale a pena usar criticamente o termo mulher, por Silvana Souza Ramos, professora de Filosofia da USP, Mariana Di Stella Piazzolla, doutoranda em Filosofia na USP, em colaboração com GT Raça, Gênero e Classe da Anpof.

Dora Russell contra a reação antifeminista: filosofia, corpo e política nos anos 1920, por Camila Kulkamp, doutora em Filosofia pela UFSC, em colaboração com GT Filosofia e Gênero da Anpof.

GRIFA: promovendo a presença e permanência de filósofas analíticas, por Evelyn Erickson, pós-doutoranda em Filosofia na UFSC, e Paloma Xavier, doutoranda em Filosofia na PUC-RJ.

A Anpof agradece a todas as mulheres de nossa comunidade que, por mais um ano, se engajaram em nosso Anpof 8M e também a todas e todos que acompanharam os debates expressos na campanha. Que esse espaço reflexivo de debates e transformações filosóficas siga aberto ao longo de todo o ano.