Anpof subscreve nota da SBF sobre o aumento dos valores das bolsas

SBF urge CNPq e Capes a aumentarem os valores das bolsas

Os valores das bolsas da CAPES e do CNPq para doutorado, mestrado, iniciação científica e pós-doutorado refletem o total descaso do governo federal com a pesquisa e a ciência brasileiras. Os valores estão congelados desde 2013. Em valores atualizados, pode-se dizer que CNPq e Capes pagam valores para bolsas de mestrado e doutorado que correspondem a aproximadamente um terço dos valores que eram pagos 26 anos atrás e 40% mais baixos do que a média histórica. Esse quadro é refletido diretamente na quantidade de mestres e doutores que o país forma, que tem se reduzido acentuadamente: em 2020 formamos cerca de 20% a menos do que em 2019.

Sensíveis ao fato de que sem alunos de pós-graduação não há futuro para a ciência brasileira, algumas fundações estaduais de amparo à pesquisa reajustaram os valores das bolsas, dentre elas a FAPESP, a FAPERJ, a FAPESC e a FAPEMIG. No entanto, o número de bolsistas pagos por órgãos de fomento estaduais é bastante inferior ao que é bancado pelo CNPq e pela Capes.

Algumas modalidades de bolsa exigem dedicação exclusiva. Mas mesmo quando não é o caso, na física é praticamente impossível desenvolver os estudos de pós-graduação de forma satisfatória mantendo um emprego paralelo, ou seja, a pós-graduação é atividade de período integral. Em outras palavras, bolsa é salário. Não só as bolsas perderam a capacidade de atrair novos pesquisadores para a carreira, como também nos preocupa a evasão de cérebros. Pós-doutorandos, cientistas completamente formados e nos quais o país investiu substancialmente, deveriam ser retidos no Brasil a qualquer custo. No entanto, recebem salários de 4 mil reais mensais, sem férias, décimo terceiro, e nem qualquer direito trabalhista.

Esses fatos levam a SBF a solicitar que os órgão de fomento federais revejam com urgência os valores das suas bolsas para que a pesquisa brasileira não morra à míngua.

A Diretoria

Subscrevem:

ABENGE
ABLimno
ABPEE
ABRALIN
ABRAPEC
ABRASCO
ANPEd
ANPEGE
ANPOF
Associação Brasileira de Antropologia
Associação Brasileira de Ciência Ecológica e Conservação
Associação Brasileira de Cristalografia
Associação Brasileira de Engenharia e Ciências Mecânicas
Associação Brasileira de Estatística
Associação Brasileira de Estudos Sociais das Ciências e das Tecnologias
Associação Brasileira de Etnomusicologia
Associação Brasileira de Física Médica
Associação Brasileira de Linguística
Associação Brasileira de Pesquisadores em Educação Especial - ABPEE
Associação Nacional de Ensino, Pesquisa e Extensão do Campo de Públicas
Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Turismo
Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Administração
Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Ciências Sociais
Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Letras e Linguística
Ecotox Brasil
FESBE
Federação Brasileira de Associações Científicas e Acadêmicas da Comunicação
MutaGen-Brasil
SAB
SBFV
SBEM
SBMAG
SBTE
Sociedade Brasileira de Administração Pública - SBAP
Sociedade Brasileira de Biociências Nucleares
Sociedade Brasileira de Engenharia Biomédica
Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos
Sociedade Brasileira de Farmacognosia
Sociedade Brasileira de Geologia
Sociedade Brasileira de Geoquímica (SBGq)
Sociedade Brasileira de História das Ciências
Sociedade Brasileira de Imunologia
Sociedade Brasileira de Lógica
Sociedade Brasileira de Malacologia
Sociedade Brasileira de Matemática Aplicada e Computacional
Sociedade Brasileira de Mastozoologia
Sociedade Brasileira de Medicina Tropical
Sociedade Brasileira de Microondas e Optoeletrônica
Sociedade Brasileira de Ótica e Fotônica
Sociedade Brasileira de Paleontologia
Sociedade Brasileira de Pesquisa Operacional
Sociedade Brasileira de Química
Sociedade Brasileira de Telecomunicações
Sociedade Brasileira de Toxinologia

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