Nota de falecimento: José Celso Martinez Corrêa

A Anpof tem o pesar na perda de Zé Celso Martinez, que para muitos, dentro e fora do universo filosófico acadêmico, foi um despertar através do espanto artístico. José Celso Martinez Corrêa, ou apenas Zé Celso, foi muito além de um diretor, ator, dramaturgo e encenador brasileiro. Com um modo de fazer teatro e arte através do que ficou chamado de orgiástico e antropofágico, nos brindou com inquietude, irreverência e revolucionou as artes.

Como nos ditos de Deleuze e Guattari, “O que define as três grandes formas do pensamento, a arte, a ciência e a filosofia, é sempre enfrentar o caos, traçar um plano, esboçar um plano sobre o caos”. E Zé Celso fez do caos enfrentamento, espetáculo. Isto é, fez a arte do espanto, do encontro e do encanto. E se ficamos órfãos de filósofos, também há, para nós, uma orfandade quando perdemos grandes artistas. O palco fica menos iluminado, o espanto que nos traz para o filosofar perde um pouco do seu brilho. Que Zé Celso voe nas imagens, nas dramaturgias, nas memórias e para os espantos das futuras gerações.