A questão da possibilidade da liberdade na crítica da razão pura: uma interpretação de B 560 e B 586
Ano 5 n°10 2013 • Argumentos: Revista de Filosofia (UFC)
Autor: Onorato Jonas Fagherazzi
Resumo:
É inegável que as passagens B 560 e B 586 da Crítica da Razão Pura sejam aparentemente paradoxais. Isso porque, embora Kant tenha afirmado haver uma possibilidade da liberdade na solução da terceira antinomia (B 560), de forma aparentemente contraditória a esse resultado, alega, numa passagem da nona seção do segundo capítulo do segundo livro da dialética transcendental, sequer ter tido o problema de demonstrar a possibilidade daquele conceito (B 586). Esse problema, correlato à dificuldade de compatibilizarem-se aquelas passagens, é a causa motriz do engendramento deste artigo. Logo, por meio dele, busca-se explicar por que razão tais passagens não são contraditórias. Não o são, porque a acepção do termo "possibilidade" nelas empregadas é ambígua, ou seja, possui mais de um significado. Distinguindo o significado dos conceitos de possibilidade lógica e real presentes nessas duas passagens, pode-se resolver não apenas tal problemática, mas possibilitar uma harmonia sistêmica entre a primeira e a sua segunda grande Crítica em que iria apresentar a análise da mesma racionalidade, mas em seu prático de que da possibilidade da liberdade era dependente.
Abstract:
It is undeniable that the passages B 560 and B 586 from The Critique of Pure Reason are apparently paradoxical. That is because, although Kant has affirmed there being a possibility of freedom on the solution of the third antinomy (B560), in apparent contradiction to this result, he claims, on a passage from the ninth section of the second chapter in the second book of Transcendental Dialect, not even having had the problem of demonstrating the possibility of that concept. This problem, correlated to the difficulty of making those passages compatible is the motive for the engendering of this paper. Therefore, this work aims to explain why the passages mentioned above are not contradictory. They are not, so far the meaning of the term ‘possibility’ employed on the passages is ambiguous, that is, it conveys more than one meaning. Distinguishing the meaning of the concepts of logic and real possibility present in these two passages, one can not only solve this problem, but enable a systemic harmony between the first and its second major criticism that would present the analysis of the same rationality, but in its practical that the possibility of freedom was dependent.
ISSN: 19844255
Texto Completo: http://periodicos.ufc.br/argumentos/article/view/19035
Palavras-Chave: Liberdade Transcendental. Possibilidade lógica. Possibilidade real. Terceira antinomia.
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