Do habitus à unidade da força no pensamento steiniano: abertura para compreensão da virtude no luto
Ano 8 n°16 2016 • Argumentos: Revista de Filosofia (UFC)
Autor: Miguel Mahfoud; Maria Inês Castanha de Queiroz
Resumo:
A recorrência do conteúdo das virtudes nas narrativas de enlutados suscitou indagações: Por que e como as virtudes emergem nas elaborações do luto? Esta questão deflagradora motivou a pesquisa teórica pela fenomenologia husserliana que nos conduziu à antropologia filosófica de Edith Stein. Na descrição fenomenológica da constituição da pessoa humana, Stein apresenta o conceito de unidade da força, noção que ela acrescentou ao pensamento tomista e que nos permitiu compreender: a relação entre habitus, atos da vontade e virtude; a abertura que a concepção de habitus proporciona para compreendermos a unidade da força no pensamento steiniano; a dimensão do espírito como fonte de força; a relação do dinamismo da força com atos da vontade; a concepção da virtude como poten cialidade que foi atualizada no âmbito da dimensão do espírito. Concluímos que virtude tem conotação específica de habitus em seu caráter constitutivo da pessoa e que necessita do agir humano no contexto biopsicossocial e espiritual para se atualizar, podendo revelar-se como um fortalecimento da expressão pessoal.
Abstract:
The recurrence of the content of virtues in the narratives of mourners raised questions: Why and how the virtues emerge in mourning elaborations? This sparking question motivated the theoretical research by Husserl’s phenomenology that led us to the philosophical anthropology of Edith Stein. In the phenomenological description of the constitution of the human person, Stein introduced the concept of unity of force, a notion that she added to Thomistic thought and that allowed us to understand: the relationship between habitus, acts of will and virtue; the opening that the conception of habitus provides to understand the unity of the force in steinian thought; the dimension of the spirit as a source of force; the relationship between the dynamic of force with acts of will; the conception of virtue as actualization of potentiality in the spirit’s dimension. We conclude that virtue has specific connotation of habitus in its constitutive character of the person and has necessity of human action in the biopsychosocial and spiritual context to update and may prove to be a strengthening of personal expression.
ISSN: 19844255
Texto Completo: http://periodicos.ufc.br/argumentos/article/view/19148
Palavras-Chave: Habitus. Unidade da força. Virtude. Luto.
Argumentos: Revista de Filosofia (UFC)
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