A grande saúde em Nietzsche

Ano 11 n°21 2019 • Argumentos: Revista de Filosofia (UFC)

Autor: Gustavo Freitas Pereira

Resumo:

Um dos temas mais candentes da filosofia de Nietzsche diz respeito à dialética entre os conceitos de saúde e doença. Em boa medida, podemos dizer que o objetivo maior de sua obra é o diagnóstico de uma doença cultural e, por consequência, uma terapia filosófica para o mal identificado. Para isso, Nietzsche defende que é preciso conhecer o passado para poder se afastar dele. Nesse sentido, o autor propõe uma investigação criativa e inovadora com relação ao passado de nossas instituições culturais e intelectuais para que seja possível uma superação de preconceitos. Como guia dessa reconstrução histórica, Nietzsche propõe o livre questionamento e, sobretudo, um pensamento que leve em conta a própria natureza como condição de possibilidade. Assim, Nietzsche coloca a vida humana em sua concretude como princípio orientador da história da cultura. Sobre este aspecto, Nietzsche defende uma historiografia rejuvenescida e uma filosofia capaz de romper com a repetição de tradições identificadas como doentias. A proposta aqui é a de refazer brevemente esse percurso da filosofia nietzschiana a partir de dois textos fundamentais, a saber, A genealogia da Moral e Ecce homo. Além desse material, levaremos em conta os estudos, principalmente, de Karl Jaspers e Jean Lefranc sobre a filosofia de Friedrich Nietzsche. No final da discussão, será mencionada a questão do impacto da noção de saúde em Nietzsche para o problema da biopolítica no século XX. Nesse caso, a principal fonte é o trabalho do filósofo italiano Roberto Esposito.

Abstract:

One of the most vivid questions from Nietzsche’s philosophy is the dialectic between the concepts of health and desease. In a reasonable sense, we can say the foremost goal in Nietzsche’s thought is the diagnostic of cultural and historic  desease such as moral prejudices. The main line, thus, would be the use of a new way to look towards the past in order to overcome philosphically the present ?s cultural mistakes. Nietzsche defends this historiographical innovation should be led by free and creative questioning and should take nature and human life in its concretness as the only possible frame. The goal here is to offer a consistent account of this idea following from two fundamental texts: The moral’s genealogy and Ecce homo. We also will take two recognized studies about Nietzsche as theoretical subsidies namelly the celebrated Karl Jaspers’s book about Nietzsche and the more recent account by Jean Lefranc. By the end of the discussion the importance of nietzschian approach to health and desease to the contemporary debate on biopolitics should be mentioned. In this case, some of the arguments by the italian philosopher Roberto Esposito will be the main source.

ISSN: 19844255

Texto Completo: http://periodicos.ufc.br/argumentos/article/view/41047

Palavras-Chave: Nietzsche. Sau?de. Histo?ria.

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