A questão da essência da ciência em Martin Heidegger: filosofia da ciência ou ontologia?
v. 25 n. 1 (2020) • Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade
Autor: Maria Eugênia Zabotto Pulino
Resumo:
Este artigo pretende discutir a concepção de essência da ciência desenvolvida por Heidegger em Introdução à filosofia – curso ministrado em 1928-1929 na Universidade de Freiburg –, no contexto de sua crítica à filosofia moderna e de seu projeto de ontologia fundamental. Tendo em vista que a análise heideggeriana da ciência é inseparável de sua investigação sobre a existência humana, defenderemos que Heidegger não desenvolve uma filosofia da ciência, ao contrário do que diz parte dos estudiosos de sua obra.
Abstract:
This article aims to discuss the conception of the essence of science developed in Heidegger’s Introduction to Philosophy – lectures delivered in 1928-1929 at the University of Freiburg – in the context of his critique to modern philosophy and of his project of fundamental ontology. Bearing in mind that the Heideggerian analysis of science is inseparable from his investigation on human existence, we will advocate that Heidegger does not develop a philosophy of science, in contrast to what part of Heidegger’s specialists claim.
DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v25i1p53-68
Palavras-Chave: Ciência, Existência, Filosofia da Ciência, Heidegger, Transcendência
Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade
Organizada pelo Grupo de Filosofia Crítica e Modernidade (FiCeM), um grupo de estudos constituído por professores(as) e estudantes de diferentes universidades brasileiras, a revista Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade é uma publicação semestral do Departamento de Filosofia da USP que, iniciada em 1996, pretende estimular o debate de questões importantes para a compreensão da modernidade.
Tendo como ponto de partida filósofos(as) de língua alemã, cujo papel na constituição dessa reflexão sobre a modernidade foi – e ainda é – reconhecidamente decisivo, os Cadernos de Filosofia Alemã não se circunscrevem, todavia, ao pensamento veiculado em alemão, buscando antes um alargamento de fronteiras que faça jus ao mote, entre nós consagrado, da filosofia como “um convite à liberdade e à alegria da reflexão”.