A questão do tempo originário na leitura heideggeriana da imaginação transcendental kantiana e sua relação com a meta de Ser e Tempo
v. 25 n. 4 (2020) • Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade
Autor: Alexandre Guedes
Resumo:
Na preleção, Kant e o problema da metafísica (1929), Heidegger diz que Kant, na segunda edição da Crítica da Razão Pura (1787), elimina a possibilidade de investigação do tempo originário como sendo a unidade das duas fontes do conhecimento (sensibilidade e entendimento), visto que a imaginação transcendental havia deixado de ter o destaque fundamental contido na primeira edição da obra (1781). Assim, nosso objetivo com o presente artigo é entender como, na leitura heideggeriana, a imaginação transcendental pode ser tomada como fonte do conhecimento a priori e, também, como, a partir dela, Heidegger tematiza a questão da temporialidade (Temporalität).
Abstract:
In the lecture, Kant and the Problem of Metaphysics (1929), Heidegger says that Kant, in the second edition of the Critique of Pure Reason (1787), eliminates the possibility of investigating the originary time as being the unity of the two sources of knowledge (sensibility and understanding) since the transcendental imagination had ceased to have the fundamental prominence contained in the first edition of the work (1781). Thus, our aim is to understand how the transcendental imagination can be taken as a source of a priori knowledge and also, how, based on it, Heidegger thematizes the question of the temporality (Temporalität).
Palavras-Chave: tempo originário, eu penso, imaginação transcendental, ontologia fundamental
Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade
Organizada pelo Grupo de Filosofia Crítica e Modernidade (FiCeM), um grupo de estudos constituído por professores(as) e estudantes de diferentes universidades brasileiras, a revista Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade é uma publicação semestral do Departamento de Filosofia da USP que, iniciada em 1996, pretende estimular o debate de questões importantes para a compreensão da modernidade.
Tendo como ponto de partida filósofos(as) de língua alemã, cujo papel na constituição dessa reflexão sobre a modernidade foi – e ainda é – reconhecidamente decisivo, os Cadernos de Filosofia Alemã não se circunscrevem, todavia, ao pensamento veiculado em alemão, buscando antes um alargamento de fronteiras que faça jus ao mote, entre nós consagrado, da filosofia como “um convite à liberdade e à alegria da reflexão”.