A morte, musa da filosofia
n. 9 (2007) • Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade
Autor: Maria Lúcia Cacciola
Resumo:
FIM ÚLTIMO DA VIDA DO INDIVÍDUO E NÃO DA ESPÉCIE, A MORTE NÃO SIGNIFICA PARA SCHOPENHAUER O FIM DA VONTADE ENQUANTO ESSÊNCIA, ISTO É, DO QUERER-VIVER INDESTRUTÍVEL. A VISÃO DA MORTE COMO “MUSA DA FILOSOFIA” E DA FILOSOFIA COMO “PREPARAÇÃO PARA A MORTE” LIGA-SE À IMPORTÂNCIA DO ORGANISMO E DE SEU CICLO VITAL NO PENSAMENTO DO FILÓSOFO. ESSE SERÁ O PONTO DE PARTIDA PARA MOSTRAR A INTERDEPENDÊNCIA DE SUAS REFLEXÕES SOBRE A ÉTICA E, ACIMA DE TUDO, DA SUA CONDENAÇÃO DO SUICÍDIO, EM RELAÇÃO À SUA METAFÍSICA IMANENTE DA VONTADE COMO QUERER-VIVER, INCONTROLÁVEL PELO ARBÍTRIO INDIVIDUAL. DESSE MODO, UMA TAL “FILOSOFIA DA NATUREZA” MOSTRA O SEU PRESSUPOSTO: A IMPOSSIBILIDADE DE CONTROLE, POR QUALQUER INSTÂNCIA EXTERIOR, DESSE IMPULSO PRIMORDIAL. EM CONTRAPARTIDA, PÕE-SE A DIFERENÇA ABISSAL ENTRE A MORTE DO INDIVÍDUO E A NEGAÇÃO DA ATIVIDADE DA VONTADE.
DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v0i9p91-105
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/filosofiaalema/article/view/64771
Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade
Organizada pelo Grupo de Filosofia Crítica e Modernidade (FiCeM), um grupo de estudos constituído por professores(as) e estudantes de diferentes universidades brasileiras, a revista Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade é uma publicação semestral do Departamento de Filosofia da USP que, iniciada em 1996, pretende estimular o debate de questões importantes para a compreensão da modernidade.
Tendo como ponto de partida filósofos(as) de língua alemã, cujo papel na constituição dessa reflexão sobre a modernidade foi – e ainda é – reconhecidamente decisivo, os Cadernos de Filosofia Alemã não se circunscrevem, todavia, ao pensamento veiculado em alemão, buscando antes um alargamento de fronteiras que faça jus ao mote, entre nós consagrado, da filosofia como “um convite à liberdade e à alegria da reflexão”.