A discreta antinomia da razão pura prática de Kant na Metafísica dos costumes

n. 11 (2008) • Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Autor: Heiner Klemme

Resumo:

Na primeira parte do presente artigo, começo por um esboço sobre a relação entre liberdade, moral e mundo em Kant. Na segunda parte, discuto os exemplos de Christian Wolff e Christian August Crusius como duas versões modernas do indifferentismus moral. Na terceira parte, proponho a ideia de que a concepção de dever moral, explicitada por Kant nos anos de 1780 e 90, pressupõe a liberdade humana de poder escolher entre uma ação por dever, uma ação conforme ao dever e uma contrária ao dever. Na quarta e última parte, por fim, tentarei mostrar que a crítica de Kant à concepção de Libertas indifferentiae na Metafísica dos Costumes não está em contradição com sua ideia de que, do ponto de vista moral, o homem pode e tem de se determinar livremente à ação. Certamente essa interpretação conduz a algo como uma discreta antinomia da razão pura prática, embora esta não seja uma denominação do próprio Kant. 

DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v0i11p11-32

Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/filosofiaalema/article/view/64786

Palavras-Chave: Indifferentismus mora,ação por dever,Wolff,C

Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Organizada pelo Grupo de Filosofia Crítica e Modernidade (FiCeM), um grupo de estudos constituído por professores(as) e estudantes de diferentes universidades brasileiras, a revista Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade é uma publicação semestral do Departamento de Filosofia da USP que, iniciada em 1996, pretende estimular o debate de questões importantes para a compreensão da modernidade.

Tendo como ponto de partida filósofos(as) de língua alemã, cujo papel na constituição dessa reflexão sobre a modernidade foi – e ainda é – reconhecidamente decisivo, os Cadernos de Filosofia Alemã não se circunscrevem, todavia, ao pensamento veiculado em alemão, buscando antes um alargamento de fronteiras que faça jus ao mote, entre nós consagrado, da filosofia como “um convite à liberdade e à alegria da reflexão”.