A ampliação do conceito do político: para uma outra recepção da teoria crítica de Marx

n. 13 (2009) • Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Autor: Rúrion Soares Melo

Resumo:

Procurando compreender a dinâmica dos con?itos contemporâneos presentes na sociedade civil e nos novos movimentos sociais, gostaríamos de apontar para uma outra recepção da teoria crítica marxista de acordo com uma reinterpretação do conceito do político em Marx, comparando sua formulação na Crítica da ?loso?a do direito de Hegel com os textos posteriores. Primeiramente, vamos lidar de forma breve com a questão da história dos efeitos na recepção da obra de Marx, chamando atenção para uma certa apropriação do jovem Marx no caso brasileiro. Em seguida, com base nas interpretações de Jean Cohen, pretendemos mostrar que, nos textos maduros, Marx delimitaria o próprio conceito do político em sua teoria da revolução a ponto de reduzi-lo a epifenômeno das relações econômicas. O problema principal consistiria em que, nessa delimitação, a ampliação do conceito do político para o campo da emancipação social permaneceria presa a um estreito conceito de práxis, pois o potencial emancipatório permaneceria subordinado às noções de “trabalho”, de “desenvolvimento das forças produtivas” e, conseqüentemente, à teoria das classes.

DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v0i13p59-82

Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/filosofiaalema/article/view/64806

Palavras-Chave: Karl Marx,Conceito do político, Emancipação,T

Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Organizada pelo Grupo de Filosofia Crítica e Modernidade (FiCeM), um grupo de estudos constituído por professores(as) e estudantes de diferentes universidades brasileiras, a revista Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade é uma publicação semestral do Departamento de Filosofia da USP que, iniciada em 1996, pretende estimular o debate de questões importantes para a compreensão da modernidade.

Tendo como ponto de partida filósofos(as) de língua alemã, cujo papel na constituição dessa reflexão sobre a modernidade foi – e ainda é – reconhecidamente decisivo, os Cadernos de Filosofia Alemã não se circunscrevem, todavia, ao pensamento veiculado em alemão, buscando antes um alargamento de fronteiras que faça jus ao mote, entre nós consagrado, da filosofia como “um convite à liberdade e à alegria da reflexão”.