Minando ouro: utilizando o Nachlaβ e as preleções de Kant como fonte para sua filosofia política

n. 14 (2009) • Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Autor: Frederick Rauscher

Resumo:

O trabalho inédito de Kant sobre ?loso?a política que sobreviveu se apresenta em três tipos, como três montanhas que escondem ouro em sua massa. Cada uma destas fontes tem um uso diferente e diferentes restrições em seus valores. Os três tipos de fontes são a) preleções b) as notas de Kant para as preleções e outras re?exões em geral c) rascunhos para livros e ensaios especí?cos. Como graus diferentes do minério do qual o ouro deve ser extraído, estas diferentes fontes precisam ser avaliadas pelo seu valor e pelas ideias puras que elas contém. Como um exemplo da utilidade destas fontes inéditas, focarei no tópico da punição. Mostrarei como algumas delas podem lançar luzes sobre a visão de Kant publicada acerca da punição. Também mostrarei como este tópico se relaciona com a idéia de contrato social de um modo que ilumina tanto a idéia de contrato, como a justi?cativa da punição. O resultado, eu espero, mostrará como o ouro extraído destas fontes vale tanto quanto o ouro que Kant incluiu em seus livros. 

DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v0i14p11-30

Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/filosofiaalema/article/view/64811

Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Organizada pelo Grupo de Filosofia Crítica e Modernidade (FiCeM), um grupo de estudos constituído por professores(as) e estudantes de diferentes universidades brasileiras, a revista Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade é uma publicação semestral do Departamento de Filosofia da USP que, iniciada em 1996, pretende estimular o debate de questões importantes para a compreensão da modernidade.

Tendo como ponto de partida filósofos(as) de língua alemã, cujo papel na constituição dessa reflexão sobre a modernidade foi – e ainda é – reconhecidamente decisivo, os Cadernos de Filosofia Alemã não se circunscrevem, todavia, ao pensamento veiculado em alemão, buscando antes um alargamento de fronteiras que faça jus ao mote, entre nós consagrado, da filosofia como “um convite à liberdade e à alegria da reflexão”.