Heidegger e a Doutrina da Personalidade em Kant

n. 15 (2010) • Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Autor: Jean Leison Simão

Resumo:

Trata-se do desenvolvimento do conceito de personalidade em Kant, segundo Heidegger, sob três determinações: personalidade transcendental, personalidade psicológica e personalidade moral. Especificamente, o objetivo é definir o conceito estrito e autêntico de personalidade – expresso na personalidade moral – em relação aos conceitos mais gerais, tanto da personalidade transcendental quanto da psicológica. Nos conceitos mais gerais uma ontologia não é possível. Na determinação da personalidade transcendental não se manifesta o ente do sujeito, portanto, não podemos revelar o ser deste ente; já na determinação da personalidade psicológica o ente do sujeito é manifestado, entretanto o que inviabiliza a ontologia é o fato de este ente (a alma) não poder ser tomado em si mesmo, isto é, não poder ser independente do corpo. O conceito mais estrito e autêntico em Kant, segundo Heidegger, é o que torna possível uma ontologia, na medida em que é o único que, a partir da peculiaridade da autoconsciência moral em relação à autoconsciência empírica e a transcendental, manifesta onticamente e de imediato a pessoa naquilo que é: em sua dignidade.

DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v0i15p41-58

Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/filosofiaalema/article/view/64829

Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Organizada pelo Grupo de Filosofia Crítica e Modernidade (FiCeM), um grupo de estudos constituído por professores(as) e estudantes de diferentes universidades brasileiras, a revista Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade é uma publicação semestral do Departamento de Filosofia da USP que, iniciada em 1996, pretende estimular o debate de questões importantes para a compreensão da modernidade.

Tendo como ponto de partida filósofos(as) de língua alemã, cujo papel na constituição dessa reflexão sobre a modernidade foi – e ainda é – reconhecidamente decisivo, os Cadernos de Filosofia Alemã não se circunscrevem, todavia, ao pensamento veiculado em alemão, buscando antes um alargamento de fronteiras que faça jus ao mote, entre nós consagrado, da filosofia como “um convite à liberdade e à alegria da reflexão”.