A construção política da identidade: um desafio feminista à distinção entre político e social

v. 19 n. 1 (2014) • Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Autor: Paulo Eduardo Bodziak Junior

Resumo:

Se o hábito arendtiano de separar conceitos possibilitou importantes críticas à modernidade e promoveu um novo questionamento sobre o sentido da política, ele também possibilitou duras críticas ao pensamento da autora, de machista a nostálgico helênico. Compreender as distinções de modo a evitar compreensões rígidas é o exercício mais adequado para não perder as contribuições de Arendt ao debate político contemporâneo. Nesse sentido, autoras como Bonnie Honig e Hanna Pitkin lançam um desafio interessante às categorias arendtianas, extraindo delas uma possibilidade de leitura muito rica através dos conflitos de formação da identidade. Neste artigo, pretende-se mostrar como uma leitura específica, atitudinal e relacional, pode dar fôlego às distinções de Arendt, atenuando-as, porém sem fazer com que elas percam sua capacidade de traçar características próprias ao político e ao social.

DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v19i1p85-104

Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/filosofiaalema/article/view/85598

Palavras-Chave: Arendt, Identidade, Pitkin,Honig,sociedade

Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Organizada pelo Grupo de Filosofia Crítica e Modernidade (FiCeM), um grupo de estudos constituído por professores(as) e estudantes de diferentes universidades brasileiras, a revista Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade é uma publicação semestral do Departamento de Filosofia da USP que, iniciada em 1996, pretende estimular o debate de questões importantes para a compreensão da modernidade.

Tendo como ponto de partida filósofos(as) de língua alemã, cujo papel na constituição dessa reflexão sobre a modernidade foi – e ainda é – reconhecidamente decisivo, os Cadernos de Filosofia Alemã não se circunscrevem, todavia, ao pensamento veiculado em alemão, buscando antes um alargamento de fronteiras que faça jus ao mote, entre nós consagrado, da filosofia como “um convite à liberdade e à alegria da reflexão”.