A filosofia crítica de Foucault: uma recusa do transcendental?

v. 20 n. 2 (2015) • Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Autor: Carolina de Souza Noto

Resumo:

O presente artigo pretende defender que, em Foucault, há uma filosofia crítica que não pode ser compreendida exatamente nos mesmos termos que a filosofia crítica de Kant. Apesar de a filosofia crítica de Foucault investigar as condições de possibilidades de um saber, tais condições não são condições transcendentais de possibilidade, assim como em Kant. O interesse crítico de Foucault não é pelas condições subjetivas universais que possibilitam, em geral, o conhecimento verdadeiro, mas pelas condições singulares ou históricas que fazem com que, numa determinada época, um campo de saber possa existir. Nesse sentido, pode-se mesmo dizer que a filosofia crítica de Foucault consiste numa inversão da filosofia crítica de Kant.

DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v20i2p121-137

Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/filosofiaalema/article/view/110910

Palavras-Chave: filosofia crítica, transcendental,Foucault,

Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Organizada pelo Grupo de Filosofia Crítica e Modernidade (FiCeM), um grupo de estudos constituído por professores(as) e estudantes de diferentes universidades brasileiras, a revista Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade é uma publicação semestral do Departamento de Filosofia da USP que, iniciada em 1996, pretende estimular o debate de questões importantes para a compreensão da modernidade.

Tendo como ponto de partida filósofos(as) de língua alemã, cujo papel na constituição dessa reflexão sobre a modernidade foi – e ainda é – reconhecidamente decisivo, os Cadernos de Filosofia Alemã não se circunscrevem, todavia, ao pensamento veiculado em alemão, buscando antes um alargamento de fronteiras que faça jus ao mote, entre nós consagrado, da filosofia como “um convite à liberdade e à alegria da reflexão”.