Linguagem, pulsão e atavismo: análise genética e mapeamento conceitual em torno do problema do inconsciente em Nietzsche e sua relação com o transcendental

v. 22 n. 1 (2017) • Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Autor: William Mattioli

Resumo:

O objetivo do presente trabalho é esboçar uma análise do desenvolvimento da noção de inconsciente em momentos importantes do pensamento de Nietzsche. Nosso argumento geral gira em torno de duas hipóteses com as quais pretendemos apresentar uma leitura que vai na contramão da visão comum segundo a qual Nietzsche pertenceria à tradição irracionalista do inconsciente, que tem Schopenhauer como seu mais emblemático representante. Trata-se 1) de uma hipótese histórica, que pretende inserir Nietzsche na tradição do inconsciente cognitivo a partir da noção de “representação inconsciente”, e 2) de uma hipótese genético-sistemática, que pretende esboçar um plano de compreensão no tocante ao desenvolvimento da concepção nietzscheana do inconsciente, distinguindo e mapeando algumas noções ao longo de sua produção intelectual.

DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v22i1p71-98

Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/filosofiaalema/article/view/126224

Palavras-Chave: inconsciente,pulsão, linguagem, atavismo

Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Organizada pelo Grupo de Filosofia Crítica e Modernidade (FiCeM), um grupo de estudos constituído por professores(as) e estudantes de diferentes universidades brasileiras, a revista Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade é uma publicação semestral do Departamento de Filosofia da USP que, iniciada em 1996, pretende estimular o debate de questões importantes para a compreensão da modernidade.

Tendo como ponto de partida filósofos(as) de língua alemã, cujo papel na constituição dessa reflexão sobre a modernidade foi – e ainda é – reconhecidamente decisivo, os Cadernos de Filosofia Alemã não se circunscrevem, todavia, ao pensamento veiculado em alemão, buscando antes um alargamento de fronteiras que faça jus ao mote, entre nós consagrado, da filosofia como “um convite à liberdade e à alegria da reflexão”.