Por que razão pretendeis ser pagos às nossas expensas?: pobreza e desigualdade no Segundo discurso de Rousseau

v. 24 n. 1 (2019) • Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Autor: Hélio Alexandre da Silva

Resumo:

O objetivo deste trabalho é trazer a pobreza para o centro do debate que Rousseau empreende particularmente no Segundo discurso. Ainda que a questão central tratada ali seja a origem da desigualdade, é notável o papel que a pobreza possui como um de seus polos constitutivos. Assim, o caminho será percorrido em três passos, de modo que o primeiro trata de reconstruir o trajeto de Rousseau, destacando os aspectos que dão forma ao núcleo do argumento sobre a origem da desigualdade; o segundo apresenta o binômio prejuízo-privilégio como elemento central para entender os contornos da desigualdade, tomada a partir da divisão entre ricos e pobres; por fim, o terceiro passo pretende apontar as dificuldades presentes no modo com que Neuhouser interpreta a pobreza e a origem da dominação no Segundo discurso.

DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v24i1p115-132

Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/filosofiaalema/article/view/155724

Palavras-Chave: Desigualdade, Dominação,Pobreza,Neuhouser

Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Organizada pelo Grupo de Filosofia Crítica e Modernidade (FiCeM), um grupo de estudos constituído por professores(as) e estudantes de diferentes universidades brasileiras, a revista Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade é uma publicação semestral do Departamento de Filosofia da USP que, iniciada em 1996, pretende estimular o debate de questões importantes para a compreensão da modernidade.

Tendo como ponto de partida filósofos(as) de língua alemã, cujo papel na constituição dessa reflexão sobre a modernidade foi – e ainda é – reconhecidamente decisivo, os Cadernos de Filosofia Alemã não se circunscrevem, todavia, ao pensamento veiculado em alemão, buscando antes um alargamento de fronteiras que faça jus ao mote, entre nós consagrado, da filosofia como “um convite à liberdade e à alegria da reflexão”.