Hipótese e Experiência na Constituição da Certeza Científica em Descartes
Série 3 v. 16 n. 2 • Cadernos de História e Filosofia da Ciência
Autor: Érico Andrade
Resumo:
O dissenso em torno da caracterização da ciência cartesiana
quanto ao seu viés metodológico – considerando que os comentários
normalmente deferidos sobre essa ciência oscilam entre o idealismo que a
considera como a expressão perfeita do método geométrico (indiferente à
experiência) e o pragmatismo que lhe concebe como a expressão de um
projeto falido, dada a incongruência entre o método geométrico
(proposto) e a prática científica (realizada de fato; mediante um forte
apelo à experiência) – parece residir, sobretudo, na relação do método
com a experiência. Ao contrário das interpretações acima expostas,
defenderemos que a exigência metodológica de uma ciência geometrizável
não designa a supressão da ciência experimental, nem hipotética. Essa
exigência é normativa: o método cartesiano exige da ciência uma
releitura geométrica da experiência. A possibilidade desta leitura está
condicionada ao recurso às hipóteses que reconfiguram a percepção
sensível mediante a correção da experiência, padronizando-a.
Texto Completo: https://www.cle.unicamp.br/eprints/index.php/cadernos/article/view/606
Palavras-Chave: Hipótese, Experiência,Ciência cartesiana., Mé
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