A morte como transformação: Uma aproximação entre Dom Quixote e a Ética de Espinosa

Cadernos Espinosanos n. 26 (2012) • Cadernos Espinosanos - Estudos sobre o século XVII

Autor: Giselle Cristina Gonçalves Migliari

Resumo:

Miguel de Cervantes (1547-1616), no último capítulo de sua obra O engenhoso fidalgo Dom Quixote de La Mancha, retrata o falecimento de seu protagonista, decorrente de uma profunda tristeza. O cavaleiro, depois de vencido, sente-se obrigado a retornar ao seu povoado e a renunciar à cavalaria andante, o que lhe causa a transformação de sua realidade e de seu estado mental - da loucura à cordura -, além do seu direcionamento à morte. Assim como faz Cervantes no início do século XVII, Espinosa (1632-1677), ao final do mesmo século, também parece estabelecer analogias entre as ideias de transformação e morte, ao apontar, em sua Ética, a relação entre a natureza do ser e sua proporção de movimento e repouso, responsável pelas inconstâncias humanas. A partir de tais considerações, este trabalho pretende aproximar o último capítulo da obra Dom Quixote à proposição 39 da Quarta Parte da Ética espinosana, de forma a ressaltar as devidas semelhanças entre o conceito de morte como transformação, retratado tanto pelo escritor espanhol quanto pelo filósofo holandês, uma vez que a morte, para ambos, demonstra estar vinculada à mesma ideia.

DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2012.89461

Texto Completo: http://www.revistas.usp.br/espinosanos/article/view/89461

Palavras-Chave: Miguel de Cervantes, Espinosa, Dom Quixote,Mo

Cadernos Espinosanos - Estudos sobre o século XVII

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