Nietzsche e o discurso filosófico: uma “linguagem pessoal
Número 28 (2011) • Cadernos Nietzsche
Autor: MIGUEL ANGEL DE BARRENECHEA
Resumo:
Neste artigo analiso a proposta nietzschiana de elaboração de uma “linguagem pessoal” que ultrapasse o discurso característico da metafísica ocidental. Após a publicação de O nascimento da tragédia, o filósofo percebe que, nessa sua primeira obra, criticou a tradição filosófica empregando justamente o instrumental lingüístico dessa tradição, permanecendo ainda preso à teia de conceitos que a caracterizam. Posteriormente, através da realização de Assim falou Zaratustra, Nietzsche considera que nessa obra consegue justamente cantar, poetar, apresentando uma linguagem original para transmitir as suas ideias mais pessoais e audaciosas. Assim, para refletir sobre a singularidade da linguagem empregada por Nietzsche, após a publicação do Zaratustra, analisarei especificamente a ideia de vontade de potência, mostrando como essa noção tão relevante em seu pensamento é apresentada de forma não demonstrativa, isto é, de uma maneira metafórica, literária, instaurando uma linguagem artística como um estilo singular no discurso filosófico.
ISSN: 2316-8242
Texto Completo: http://gen.fflch.usp.br/sites/gen.fflch.usp.br/files/u41/CN_28_183_209_artigo_6.pdf
Palavras-Chave: discurso filosófico,linguagem pessoal,Assim f
Cadernos Nietzsche
Os "Cadernos Nietzsche" visam a constituir um forum de debates em torno das múltiplas questões colocadas acerca e a partir da reflexão nietzschiana.
Nos cem anos que nos separam do momento em que o filósofo interrompeu a produção intelectual, as mais variadas imagens colaram-se à sua figura, as leituras mais diversas juntaram-se ao seu legado. Conhecido sobretudo por filosofar a golpes de martelo, desafiar normas e destruir ídolos, Nietzsche, um dos pensadores mais controvertidos de nosso tempo, deixou uma obra polêmica que continua no centro da discussão filosófica. Daí, a oportunidade destes cadernos."