Antropofagia para além da metáfora: por uma filosofia da diferença (anotações de um professor de filosofia)
v.31 n.63 set./dez. 2017 • Educação e Filosofia
Autor: Filipe Ceppas
Resumo:
Pensar a antropofagia para além da oposição metafórico/literal, próprio/não-próprio, parece impossível. E, ainda assim, é a isso que nos convida Oswald de Andrade, quando define o pensamento como sendo da ordem da devoração, da ultrapassagem da oposição Eu/outro. O estado de guerra, de oposição, é constitutivo, sem pressupor uma identidade primeira (devoro, logo existo, poderíamos dizer; ou, “sou inimigo do meu inimigo”, na formulação de Viveiros de Castro). Este texto se propõe a explorar livremente, de modo ensaístico, a devoração, a ausência de reciprocidade e a comunhão efêmera a que esta dá lugar, assim como suas implicações para o ensino de filosofia.
Abstract:
It seems an impossible task to think of anthropophagy beyond the opposition of metaphorical/literal, proper/non-proper. And yet, that is what Oswald de Andrade invites us to, when he defines thinking as being a kind of devouring, overcoming the opposition I/other. The state of war, the opposition itself, is constitutive, without presupposing a first identity (I devour, therefore I exist, we could say, or, “I am the enemy of my enemy”, in the formulation of Viveiros de Castro). This text proposes to freely explore, in an essayistic way, the devouring, the absence of reciprocity and the ephemeral communion to which it gives rise, and its implications for the teaching of philosophy.
ISSN: Impresso: 0102-6801 e Eletrônico: 1982-596X
DOI: https://doi.org/10.14393/REVEDFIL.issn.0102-6801.v31n63a2017-05
Texto Completo: http://www.seer.ufu.br/index.php/EducacaoFilosofia/article/view/36996
Palavras-Chave: Antropofagia; Negação da reciprocidade; Ensino de filosofia.
Educação e Filosofia
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