Recusando o momento cartesiano: como equipar-se em psicologia e educação?

v.36 n.78 set./dez. 2022 • Educação e Filosofia

Autor: Rosimeri de Oliveira Dias; Heliana de Barros Conde Rodrigues

Resumo:

O artigo parte do problema apontado por Michel Foucault na primeira aula do curso A Hermenêutica do sujeito, datada de 6/01/1982, a saber: o que se passa com o ser do sujeito em sua relação com a verdade? Para desenvolver tal indagação, o filósofo analisa, entre outros aspectos, saberes e práticas característicos da espiritualidade no período de ouro do cuidado de si (séculos I e II). Além de acompanhá-lo em parte desse percurso, pretendemos, com nosso texto, pôr em cena as inflexões que ele implica tanto para o campo da psicologia como para o da formação de professores. Em ambos, é comum que emerjam polêmicas quanto às teorias a adotar como base para uma intervenção mais eficaz ou, preferencialmente, mais crítica. A diferenciação clássica entre ciências naturais e ciências humanas jamais se ausenta desse debate. O presente artigo adota caminho distinto, pois buscamos um modo de arrancar de nossas entranhas o momento cartesiano, arriscando-nos a adotar posturas antipsicologistas e eventualmente antiepistemológicas.  Melhor dizendo, indagamos: como, na psicologia e na educação, a constituição de si por si mesmo pode se transformar em uma ética metodológica (ou metodologia ética) de trabalho?

Abstract:

The present article starts from the problem pointed out by Michel Foucault in the first class of the course The Hermeneutics of the subjetict, dated 6/01/1982, namely: what happens to the being of the subject in its relation to truth? In order to develop this question, the philosopher analyzes, among other aspects, knowledge and practices characteristic of spirituality in the golden period of the care of the self (1st and 2nd centuries). Besides accompanying him in part, we intend, with our text, to put into scene the inflections that implies both for the field of psychology and for the field of teacher’s training. In both fields, it is common for polemics to emerge regarding the theories to be adopted as a basis for a more effective or, preferably, more critical intervention. The differentiation classic between natural sciences and human sciences is never absent from this debate. The present article adopts a different path, for seek a way to pull the Cartesian moment out of our guts, risking to adopt anti-psychological and eventually anti-epistemological postures.  Better saying, we inquire how, in psychology and education, the constitution of the self for its own sake can become a methodological ethics (or ethical methodology) of work?

ISSN: 1982-596X

DOI: https://doi.org/10.14393/REVEDFIL.v36n78a2022-66295

Texto Completo: https://seer.ufu.br/index.php/EducacaoFilosofia/article/view/66295

Palavras-Chave: Cuidado de si, espiritualidade, momento cartesiano, psicologia, educação

Educação e Filosofia

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