Autor: Matheus Jorge do Couto Abreu Pamplona

Resumo:

Neste artigo, defenderei que o recurso à imagem de Giges que é feita por Glauco no livro II da República de Platão serve ao propósito de demonstrar que, dada a ambição (πλεονεξ?α) que é própria à natureza humana, a concessão de um poder ilimitado a quem quer que seja conduz fatalmente à tirania. Antes disso, contudo, reconstruirei a hipótese de Glauco para a origem da justiça e por fim sustentarei como Glauco, ao final do seu discurso, procura superar o plano alegórico do relato que ele faz de Giges, sem, por outro lado, renunciar aos princípios que ali são postulados. Com isso, pretendo também mostrar que o discurso de Glauco constitui uma unidade minimamente consistente.

Abstract:

In this article, I argue that Glaucon's use of the image of Gyges in Book II of Plato's Republic is intended to demonstrate that, given the human tendency towards ambition (πλεονεξ?α), the granting of unlimited power to anyone inevitably leads to tyranny. Before that, I first explain Glaucon’s hypothesis for the origin of justice. Then, I maintain how Glaucon attempts to go beyond the allegorical level of the Gyges story in his speech's conclusion, while still holding onto the principles presented therein. Through this, I aim to demonstrate that Glaucon's speech is a consistent unit.

Key-words: Glaucon; Gyges; Skill; Tyranny.

ISSN: 1982-596X

DOI: https://doi.org/10.14393/REVEDFIL.v38a2024-70315

Texto Completo: https://seer.ufu.br/index.php/EducacaoFilosofia/article/view/70315

Palavras-Chave: Glauco; Giges; Técnica; Tirania.