Mania divina
V. 38 Jan./Dez. 2024 • Educação e Filosofia
Autor: Patrícia Lucchesi Barbosa
Resumo:
Sócrates, no Fedro, se diz louco por discursos (228b), nos diz também que o vulgo vê o filósofo como louco (parakínon 249d) justamente por não reconhecer que ele está divinamente inspirado. Assim, no Fedro, os maiores bens nos são transmitidos através da loucura (manía), quando são enviados como uma dádiva dos deuses (244a). Contudo, há um tipo de loucura como doença e outro proveniente da liberação divina do comportamento habitualmente aceito (265a). E é esse segundo tipo de loucura que a filosofia promove, uma conexão noética. Há uma quebra de convenções que ocorre por meio do um desvio criativo, que pode ser facilmente confundido com um desvio patológico, mas na realidade é um processo que envolve o conhecimento de si e, por conseguinte, o cuidado de si, portanto uma perspectiva filosófica e terapêutica.
Abstract:
Socrates, in Phaedrus, says he is crazy for speeches (228b), and he tells us as well that common folk see the philosopher as a mad person (parakínon 249d), precisely for not recognizing that he is divinely inspired. Thus, in Phaedrus, the greatest goods are transmited to us through madness (mania), when sent as a gift from the gods (244a). However, there is a kind of madness as a disease and another one that comes from divine liberation from usually accepted behavior (265a). It is the second kind of madness that philosophy promotes, a noetic connection. There is a breach in convention that occurs through a creative deviation, which could be easily mistaken for pathological deviation, but rather is a process involving knowledge of oneself and, therefore, selfcare, hence a philosophical and therapeutic perspective.
Keywords: Phaedrus; Divine Mania; Inspiration; Philosophy.
ISSN: 1982-596X
DOI: https://doi.org/10.14393/REVEDFIL.v38a2024-70339
Texto Completo: https://seer.ufu.br/index.php/EducacaoFilosofia/article/view/70339
Palavras-Chave: Fedro; Mania Divina; Inspiração; Filosofia.
Educação e Filosofia
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