OS DESAFIOS DAS DEMOCRACIAS CONTEMPORÂNEAS - entre o consenso e o dissenso ? um debate contemporâneo

Vol. 05, N. 09 (2020) • Eleuthería - Revista do Curso de Filosofia da UFMS

Autor: Joel Cezar Bonin

Resumo:

O texto aqui apresentado tem por principal finalidade abordar a temática das democracias contemporâneas a partir de dois vieses interpretativos fundamentais, a saber, o pensamento de Chantal Mouffe e de Jürgen Habermas. Cada qual aponta seus argumentos sobre o mundo da política por paradigmas de compreensão que, em certos momentos, se aproximam e, em outros, se afastam. Habermas defende o resgate do racionalismo iluminista com o propósito de mostrar que as democracias de nosso tempo devem ser vistas como resultado de uma ética comunicativa consensual em vistas de um sistema jurídico cunhado na solidariedade. Mouffe, por seu turno, aborda que é necessário defender princípios agonistas de ação política que visem, não apenas a conquista de um consenso dado racionalmente, mas principalmente a ritualização do dissenso como força motriz de multipolarização das discussões e debates sobre as democracias. A vida política, diante deste dualismo entre os dois autores, assim se mostra vibrante, multifacetada e manifestadamente conflitiva. É certo que, no decorrer da exposição deste texto, o posicionamento mais favorável ao pensamento de Mouffe será apresentado, contudo, isso não implica em uma exclusão total do pensamento de Habermas. É certo que, para os fins de nosso trabalho, as ideias de Mouffe se mostraram mais adequadas e precisas, mas é importante salientar que o pensamento de Habermas é de fundamental importância para o estabelecimento de um diálogo profícuo e profundo sobre o tema das democracias. Nesse embate, nosso texto se propôs a refletir sobre os dilemas democráticos contemporâneos.

Abstract:

The text hereby presented has as its main theme the approach of the theme of contemporary democracies from two fundamental interpretive biases, a saber, the thinking of Chantal Mouffe and Jürgen Habermas. Each one points out his arguments about the world of politics through paradigms of understanding that, at certain moments, get closer and, at others, move away. Habermas defends the rescue of Enlightenment rationalism to show that the democracies of our time must be seen as a result of consensual communicative ethics given a legal system coined in solidarity. Mouffe, for his part, approaches that it is necessary to defend agonist principles of political action that aim, not only the conquest of a consensus given rationally but mainly the ritualization of dissent as a driving force for multi-polarization of the consequences and debates on democracies. Today's life, in the face of this dualism between the two authors, is thus vibrant, multifaceted, and manifestly conflicting. It is true that, during the presentation of this text, the position most favorable to Mouffe's thought will be presented, however, this does not imply a total exclusion of Habermas' thought. It is true that, for our work, Mouffe's ideas stand out more and more precisely, yet it is important to emphasize that Habermas' thinking is of fundamental importance for the establishment of a profound and profound dialogue on the theme of democracies. In this struggle, our text proposed a reflection on contemporary democratic dilemmas.

ISSN: 2527-1393

Texto Completo: https://periodicos.ufms.br/index.php/reveleu/article/view/10298

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