POVO IMPOPULAR
Vol. 03, N. 05 (2018) • Eleuthería - Revista do Curso de Filosofia da UFMS
Autor: Jordan Michel-Muniz
Resumo:
Se excluir a maioria das pessoas dos frutos sociais do trabalho tem apoio popular, como asseguram as mídias do capital, lutar pela inclusão é ser povo contra o povo, povo impopular: povo que não se quer, ideia ambígua. O povo não se gosta, ou há grupos que desprezam tal povo? Que povo? Quem não quer? A segregação multissecular de milhões de mulheres e homens – o apartheid social brasileiro – forja desculpas para a ordem social injusta, com o apoio popular que a opinião publicada falsifica. Esse o meu tema: como moldar a opinião para a maioria concordar em ser excluída? O argumento tem três partes. Primeiro, aponto o uso dúbio de povo e popular, ao chamar de popular o antipopular. Há confusão quanto ao referente de povo. Depois, foco na materialidade do conceito: a elite econômica ignora necessidades populares, mas com a opinião publicada controla as eleições, fazendo da democracia uma oligarquia disfarçada. Por último, proponho critérios ligando povo e popular ao social. Permanece a subjetividade, mas se escapa à dubiedade mal-intencionada. Povo e popular devem incluir a gente excluída, não quem a rejeita. Concluo notando contradições aparentes do texto: o povo não é grupo fixo ou a totalidade, mas ninguém deve ser marginalizado.
Abstract:
If it is possible to say that there is popular support to exclude the majority of people from the social fruits of labour, as the capitalist big media assures, then to fight for inclusion is to be the people against the people, the unpopular people: the people who do not want themselves, an ambiguous idea. The people do not like itself, or are there groups that despise such people? What people? Who does not want? The multi-secular segregation of millions of women and men – Brazilian social apartheid – concoct excuses for the unjust social order, with the popular support falsified by published opinion. That is my theme: how to exclude the majority and shape opinion to make it agree? The argument has three parts. First, I point out the dubious use of the people and of popular, calling popular what is antipopular. There is confusion about the people’s referent. After, I focus on the materiality of the concept: economic elite ignores popular needs, but with the published opinion it controls elections, making democracy an oligarchy in disguise. Finally, I propose criteria connecting the people and popular to the social. Subjectivity remains, but escapes the malicious dubiety. The people and popular should include excluded people, not those who reject them. I conclude by noting apparent contradictions in my text: the people are not a fixed group or a totality, but no one should be marginalized.
ISSN: 2527-1393
Texto Completo: https://periodicos.ufms.br/index.php/reveleu/article/view/7600
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