ESQUEMATISMO E INDEXICALIDADE. UMA NOTA DE APROXIMAÇÃO ENTRE ESSES DOIS CONCEITOS
v. 5 n. 1 (2017) • Estudos Kantianos [EK]
Autor: João Carlos Brum TORRES
Resumo:
A doutrina kantiana das categorias pode ser examinada a partir de três perspectivas. A primeira e mais conhecida delas tem por objeto a avaliação da validez das novas e audaciosas teses filosóficas ali apresentadas. Kant designa este problema como a questão do quid juris e dedica a Dedução Transcendental para oferecimento de uma resposta positiva a tal questão, cuja conclusão é que os conceitos puros do entendimento têm sim realidade objetiva. O segundo modo de discutir a doutrina das categorias se encontra na chamada Resposta a Eberhard. Ali a investiga- ção é sobre a origem de tais conceitos, a análise de Kant tratando de explicar como as categorias são originariamente adquiridas. O terceiro modo de discutir interpretativamente as categorias kantianas, o único a ser tratado neste texto, tem em vista o uso a que se destinam e preocupa-se com o modo em que elas obtém aplicação. Mesmo se este ponto aparece na Analítica dos Conceitos, é na Analítica do Princípíos que ele é sistematicamente tratado. A dificuldade e obscuridade da lição kantiana nessas seções da CRP, notadamente do capítulo sobre o esquematismo, têm sido frequentemente apontadas. O que é tentativamente ensaiado no que segue é explorar se comparar os esquemas dos conceitos puros do entendimento com a teoria moderna da indexalidade não seria uma melhor maneira de explicar-lhes a função. Este movimento, de natureza evidentemente reconstrutiva, implica tomar o esquema de uma categoria, por exemplo, a da realidade e de sua parceira, a da negação ? que se distinguem, como diz Kant, por um tempo cheio ou vazio – como uma ferramenta semântica que permite a aplicação contextual dessas categorias a um objeto dado.
Texto Completo: http://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/ek/article/view/7089
Estudos Kantianos [EK]
Revista do Centro de Pesquisa e Estudos Kantianos Valério Rohden