Nietzsche e o Liberalismo
v. 8, n. 1 (2017) • Estudos Nietzsche
Autor: Dorian Astor
Resumo:
Considera-se o antidemocratismo de Nietzsche como uma das dificuldades que oferecem mais resistência a uma leitura contemporânea do filósofo. Após ter defendido a ideia de que não se trata de simples doxa política, mas de uma vasta estratégia de provocação da modernidade no seu conjunto, este artigo confronta a posição nietzschiana aos pressupostos teóricos do liberalismo clássico baseado na liberdade individual e na igualdade entre os homens. É a partir da hipótese da vontade de potência e, mais precisamente, em torno da noção de quantum de potência (fixo para o liberalismo e variável segundo Nietzsche), que a redefinção dos conceitos éticos e políticos maiores se move: o indivíduo, o altruísmo, o direito e, finalmente, a própria liberdade. Parte-se de uma reconfiguração da articulação entre potência e liberdade, que permita, para além do antidemocratismo nietzschiano, entrever o potencial ético de um pensamento fundamentalmente emancipatório.
Texto Completo: http://periodicos.ufes.br/estudosnietzsche/article/view/17598
Estudos Nietzsche
A revista Estudos Nietzsche é uma publicação semestral do Grupo de Trabalho Nietzsche (GT-Nietzsche) da Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia (ANPOF) em parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Sua proposta, alinhada à ideia que levou à criação do GT-Nietzsche, é incentivar a investigação e o debate sobre a contribuição do pensamento de Nietzsche, bem como a sua articulação com questões da atualidade. Para tanto, leva a público artigos sobre o pensamento do filósofo alemão, traduções de textos inéditos, bem como apresentações (resenhas) de obras recentes relevantes sobre Nietzsche, constituindo-se num ambiente de debate para pesquisadores especialistas da filosofia nietzschiana e numa fonte privilegiada para estudiosos interessados no pensamento do filósofo alemão. Os textos publicados seguem o exigido rigor filosófico e metodológico no que diz respeito ao tratamento dos escritos do filósofo alemão, observando aspectos como a inserção em determinados debates já estabelecidos, o atual estágio das pesquisas sobre o tema trabalhado, a periodicidade dos textos empregados do filósofo, bem como o uso de material fidedigno e já submetido à crítica, no que diz respeito às fontes, fragmentos póstumos, cartas, etc.