AS REVIRAVOLTAS DO DIVERTIMENTO EM PASCAL
Kriterion, v. 62, n. 149 (2021) • Kriterion: Revista de Filosofia
Autor: Luís César Guimarães Oliva
Resumo:
Longe de criticar o divertimento como mera futilidade, Pascal o considera um dispositivo de sobrevivência incontornável para a condição humana, continuamente ameaçada pelo tédio (ennui). O que ainda não é totalmente claro, porém, é o alcance desta incontornabilidade. Em outras palavras: o cristão também se diverte ou o divertimento é um caminho necessário apenas ao não cristão? Trata-se de uma descrição fenomenológica dos comportamentos humanos, sem implicação para o projeto apologético pascaliano, ou de um elemento constitutivo deste último? Essas perguntas fazem necessário um retorno ao tema, analisando os principais fragmentos que o exploram e retomando alguns intérpretes fundamentais. Ao final, pretendemos ter mostrado que o divertimento só pode ser contornado quando ocorre a intervenção sobre-humana da graça.
Abstract:
Far from criticizing diversion as mere futility, Pascal considers it an inevitable survival resource for the human condition, continually threatened by boredom (ennui). What is still not entirely clear, however, is the extent of this inevitability. In other words: is the Christian also having diversions, or is it a necessary way only for non-Christians? Is it a phenomenological description of human behavior, with no implication for the Pascalian apologetic project, or is it a constituent element of the latter? These questions make it necessary returning to the topic, analyzing the main fragments that explore it and returning to some fundamental interpreters. In the end, we intend to have shown that diversion can only be avoided when the superhuman intervention of grace occurs.
ISSN: 1981-5336
DOI: https://doi.org/10.1590/0100-512X2021n14908lcgo
Texto Completo: https://www.scielo.br/j/kr/a/ks3Rs5dZtDTDGW8c3T7ywYL/?lang=pt
Palavras-Chave: Pascal; divertimento; tédio; século XVII; ética
Kriterion: Revista de Filosofia
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