BIOPOLITICS AND AGONISTICS: FROM FOUCAULT TO NEGRI AND HARDT

Kriterion, v. 63, n. 152 (2022) • Kriterion: Revista de Filosofia

Autor: Thiago Mota

Resumo:

O artigo reconstrói a discussão acerca da biopolítica nos pensamentos de Foucault e de Negri e Hardt, a fim de ressaltar a importância que pode adquirir, nesse contexto, a noção de agonística. De início, abordamos de maneira introdutória os conceitos de biopolítica e governamentalidade em Foucault, bem como sua relação com o liberalismo e o neoliberalismo. Também examinamos as ambiguidades que marcam as práticas de liberdade e as possibilidades de resistência em um mundo governado pelo biopoder. Em seguida, explicitamos o sentido dos conceitos de capitalismo cognitivo, Império e multidão nos trabalhos de Negri e Hardt. Nesse ponto, procuramos preencher uma lacuna de suas análises, que não se encontra em Foucault, relativa à questão da agonística: a disposição para a luta da multidão se intensifica à medida que se percebe que a própria vida é agon. Por fim, argumentamos que, em princípio, é possível, no ambiente de trabalho neoliberal, converter processos de empresariamento-de-si em microexperimentos de resistência e liberdade não alienada.

Abstract:

This paper reconstructs the discussion about biopolitics in the thoughts of Foucault and of Negri and Hardt, in order to emphasize the importance that can be acquired, in this context, by the notion of agonistics. At first, we approach Foucault’s concepts of biopower and governmentality in an introductory way, as well as their relationship with liberalism and neoliberalism. We also examine the ambiguities that mark the practices of freedom and the possibilities of resistance in a world governed by biopower. Then, we explain the meaning of the concepts of cognitive capitalism, Empire and multitude in the works of Negri and Hardt. In this point, we seek to fill a gap in their analysis, which is not found in Foucault, regarding the question of agonistics: the multitude’s willingness to fight intensifies itself when we realize that life as such is agon. Finally, we argue that, in principle, in the neoliberal work environment, it is possible to convert self-entrepreneurship processes into micro-experiments of resistance and non-alienated freedom.

ISSN: 1981-5336

DOI: https://doi.org/10.1590/0100-512X2022n15211tm

Texto Completo: https://www.scielo.br/j/kr/a/zTGw7b6W6mNmpfkDPczSsFd/?lang=en

Palavras-Chave: Governo; Império; Liberdade; Multidão; Neoliberalismo

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