UM ESTUDO SOBRE A LINGUAGEM DA CATEGORIA DA OBRA

Kriterion, v. 64, n. 155 (2023) • Kriterion: Revista de Filosofia

Autor: Daniel Soares

Resumo:

Na Lógica da filosofia de Eric Weil, a obra aparece como ruptura com o absoluto, atitude da violência pura, cuja oposição se realiza pelo agir, portanto, é muda. E mesmo assim, essa atitude possui uma linguagem. Nosso objetivo é compreender como essa contradição é possível, caracterizando a linguagem da qual a obra faz uso. Para tanto, propomos uma pesquisa dividida em três seções. Na primeira, apresentamos a distinção entre linguagem e discurso conforme entendido por Weil. Assim surge o recurso por meio do qual se entende o empréstimo de um discurso à violência, o que permite acessar sua linguagem. Na segunda seção propomos uma divisão da linguagem da obra em três níveis: do fenômeno, da formalidade e da forma. Nessa seção também discutimos um exemplo da formalidade com a categoria da condição. Na terceira seção, propomos seis traços que constituem o terceiro nível da linguagem da obra: mito, metáfora, sentimento, serventia, proposição e imperativo. Finalizamos com uma revisão dos aspectos trabalhados à luz da mentira e com a proposta de um imperativo que se opõe ao imperativo da obra, portanto, à sua linguagem.

Abstract:

In Eric Weil’s Logic of Philosophy, the work appears as a rupture with the absolute, an attitude of pure violence, whose opposition is realized by acting, therefore, it is mute. And yet, this attitude has a language. This paper seeks to understand how this contradiction is possible, characterizing the language that the work makes use of. To this end, we have divided this paper into three sections. In the first section, we present the distinction between language and discourse as understood by Weil. Thus arises the resource through which the loan of a discourse to violence is understood, which allows access to its language. In the second section we propose a division of the language of the work into three levels: phenomenon, formality and form. In this section we also discuss an example of the formality with the condition category. In the last section, we propose six features that constitute the third level of the language of the work: myth, metaphor, feeling, usefulness, proposition and imperative. The paper concludes with a review of the aspects worked in the light of the lie and with the proposal of an imperative that is opposed to the imperative of the work, therefore, to its language.

ISSN: 1981-5336

DOI: https://doi.org/10.1590/0100-512X2023n15510ds

Texto Completo: https://www.scielo.br/j/kr/a/gRgZjB5RcKnnYXPfv6MhMMs/?lang=pt#

Palavras-Chave: Obra; Linguagem; Violência; Eric Weil

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