A “RECENSÃO A AENESIDEMUS” E A GÉNESE DA DOUTRINA DA CIÊNCIA DE FICHTE

Kriterion, v. 56, n. 132 (2015) • Kriterion: Revista de Filosofia

Autor: Fernando Manuel Ferreira da Silva

Resumo:

O presente ensaio aborda o período anterior às obras tidas como as diferentes reescrições da Doutrina da Ciência, de J. G. Fichte, e aí tenta não só perceber a origem da necessidade de um princípio da identidade, como ela surge aquando das primeiras ocorrências do mesmo, mas também discernir os primeiros passos de todo o problema da possibilidade (ou não) de um princípio absoluto de toda a filosofia, que sempre animaria a empresa. O foco em questão é a «Aenesidemus-Rezension», onde Fichte junta a sua voz ao aceso diálogo já anteriormente entabulado por K. L. Reinhold e G. E. Schulze, e, na necessidade de repensar o princípio da consciência do primeiro, e as críticas a este feitas pelo segundo, é trazido à convicção da necessidade de um novo princípio absoluto; mas onde, e é este o fulcro do presente ensaio, Fichte percebe a insuficiência filososófica do sistema reinholdiano como uma insuficiência de linguagem, e portanto todo o problema como um problema que depende intimamente de uma apoditicidade linguística, e daí parte para a proposta de uma nova terminologia nacional, uma linguagem filosófica sistematicamente certa e inequívoca, à altura de um sistema filosófico regido por um princípio absoluto – um problema que viria a ocupar as cogitações de toda a geração de jovens pensadores em torno do professor de Jena.

Abstract:

This essay approaches the period prior to the works considered as the different versions of the Doctrine of Science, by J. G. Fichte, and aims not only at discerning the origin of the need for a principle of identity, but also at retracing the first steps of the whole problem of the possibility of an absolute principle of all philosophy. The focus shall be the «AenesidemusRezension», where Fichte joins his voice to the heated argument previously struck by K. L. Reinhold and G. E. Schulze, and, urged to rethink Reinhold’s principle of consciousness and the criticism raised by Schulze, is brought to believe the necessity for a new absolute principle; but where, and this is the fundamental idea of this essay, Fichte realizes the philosophical insufficiency of Reinhold’s system as a language-related insufficiency, and therefore the whole problem as one intimately dependent on a linguistic apodicticity, and moves on to propose a new national terminology, a systematically certain and unequivocal philosophical language, which might meet the demands of a philosophical system ruled by an absolute principle – a problem which would soon be in the agenda of a whole generation of young idealists around the Professor of Jena.

Texto Completo: http://www.scielo.br/pdf/kr/v56n132/0100-512X-kr-56-132-0335.pdf

Palavras-Chave: Fichte,Reinhold,Schulze,princípio,filosofia,l

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