KANT E A LIBERDADE PRÁTICA NA CRÍTICA DA RAZÃO PURA

V. 24, N. 34 (2012) • Revista de Filosofia Aurora

Autor: Alcino Eduardo Bonella

Resumo:

Kant estruturou sua filosofia de modo a manter a possibilidade de afirmarmos que somos seres pertencentes ao mundo sensível e, enquanto tais, termos todos os nossos comportamentos explicados de um modo natural; todavia, ele também sustentou que somos seres com uma capacidade racional de representação de um dever ser do mundo, capacidade que nos permite termos todas as nossas decisões avaliadas de uma maneira que independe de como o mundo realmente é. Neste trabalho, examinaremos a posição de Kant em alguns textos da primeira Crítica em que se diferencia a liberdade transcendental, ou liberdade como espontaneidade, da liberdade prática entendida como livre-arbítrio, que pode se determinar por representações da razão. Com base nos textos e em comentários de Allison (1982), veremos que a liberdade em sentido práticoé diferenciada da liberdade em sentido cosmológico, sendo, por um lado, compatívelcom o determinismo das causas naturais, que opera com a explicação dos fenômenos(e o livre-arbítrio humano não deixa de ser também um arbítrio sensitivo); mas, por outro lado, a concepção de Kant mantém ou subsume uma noção comum de liberdade humana, aquela da deliberação e decisão responsável, já que o livre-arbítrio não será patologicamente determinado por motivos sensíveis imediatos. “A questão em torno da liberdade transcendental concerne unicamente ao saber especulativo, e podemos pô-la de lado como totalmente indiferente quando estamos à volta com o [problema] prático”(CRP B 831-832)

DOI: http://dx.doi.org/10.7213/rfa.v24i34.859

Texto Completo: https://periodicos.pucpr.br/index.php/aurora/article/view/859

Revista de Filosofia Aurora

A Revista de Filosofia: Aurora (Qualis A2) é uma publicação quadrimestral do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Vem divulgando, desde 1988, resultados de pesquisas com o intuito de colaborar com a formação e atuação de filósofos e demais profissionais das áreas afins. A Revista de Filosofia Aurora (Journal of Philosophy Aurora) publica artigos científicos, resenhas e entrevistas adotando o processo de revisão (peer review) entre os membros do Conselho Editorial e da comunidade científica especializada, em sistema duplo de revisão anônima (blind review), ou seja, tanto os nomes dos pareceristas quanto os dos autores permanecerão em sigilo.

O título abreviado da revista é Rev. Filos. Aurora e deve ser utilizado em bibliografias, referências, notas de rodapé e legendas bibliográficas.