MAQUIAVEL E A GUERRA DO ESTADO: O MONOPÓLIO PÚBLICO DA ATIVIDADE MILITAR E O EXEMPLO ROMANO

Inconfidentia v.2, n.4 • Revista de Filosofia Inconfidentia

Autor: ZORZO, Douglas Antônio Fedel

Resumo:

O icônico pensamento político de Nicolau Maquiavel é fortemente dependente de suas considerações sobre a práxis militar. A guerra, para o Secretário florentino, é um ponto nevrálgico em sua argumentação acerca dos problemas governamentais. Nesse sentido, no presente artigo adentramos na teoria política-militar maquiaveliana com dois propósitos centrais. Em primeiro lugar, exploraremos os motivos pelos quaisa guerra e a organização militar devem ser um assunto do Estado.Isto é, buscaremos expor e articular o argumento que atribui aos regimes políticos a função vital de exercer o monopólio sobre a guerra. Para Maquiavel, os dois campos devem ser unidos em umlaço indissociável. Em segundo lugar, visaremos elucidar como a inobservância desse preceito fundamental está na base da corrupção e da ruína do governo republicano que é o modelo para as reflexões do Secretário florentino: a República de Roma. Em parte, o desgaste das instituições públicas romanas pode ser atribuído àseparação do controle político sobre os exercícios militares. O nascimento do Império, e a morte da República, representa um exemplo cabal da necessidade de o Estado controlar absolutamente suas tropas.

Abstract:

The iconic political thought of Niccolò Machiavelli is substantially dependent on its consideration of the military practice. The war, for the Florentine Secretary, isa neuralgic point in his arguments about government problems. Inthis sense, in the present paper we enter in the political-military theory Machiavellian with two main purposes. First, we will explore the reasons why the war and the military organization should be a matter of State. That is, we will seek to expose and articulate the argument that attaches to political regimes the vital function of exercising the monopoly on war. For Machiavelli, this two fields must be united in an inseparable bond. Secondly, we aim to elucidate how the breach of this fundamental precept is in the basis of corruption and ruin of republican government that is the model for the reflections of the Florentine Secretary: the Republic of Rome. In part, the wear of the Roman public institutions can be attributed to the separation of political control over the military exercises. The birth of the Empire, and the death of the Republic, represents a prime example of the need for the State absolutely controls their troops.

ISSN: 2318-8138

Texto Completo: http://inconfidentia.famariana.edu.br/wp-content/uploads/2014/05/4-3.pdf

Revista de Filosofia Inconfidentia

A Revista de Filosofia InconΦidentia surgiu como veículo de divulgação e incentivo à pesquisa da Faculdade  “Dom Luciano Mendes – DLM”. O nome recebido está relacionado ao fato da instituição se situar na região dos inconfidentes em Minas Gerais – Ouro Preto e Mariana, principalmente. Ela possui caráter filosófico e tem periodicidade de seis meses. O objetivo é tanto divulgar as pesquisas docentes realizadas no sítio da instituição como dialogar com articulistas provenientes de outras instituições de ensino superior da área, sejam nacionais ou estrangeiras. A InconΦidentia recebe artigos originais, frutos de pesquisas filosóficas, resenhas de livros e tradução de textos. 

Sobre os organizadores da Revista de Filosofia InconΦidentia:

EDVALDO ANTONIO DE MELO é doutor em Filosofia pela Pontifícia Universidade Gregoriana (PUG), bolsista Capes (programa DPE), com pesquisa na área da ética. Mestre em História da Filosofia pela mesma Universidade, tendo realizado pesquisa relacionada à ética e à linguagem em Emmanuel Lévinas. Pós-graduação lato-sensu pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP - MG). Bacharel em Teologia pelo Centro de Estudos Superior de Juiz de Fora (CESJF). Bacharel e Licenciado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG). Diretor Acadêmico, Coordenador do Curso de Filosofia e Professor na Faculdade Dom Luciano Mendes (FDLM / Mariana-MG). Integra o grupo de pesquisa Fenomenologia e genealogia do corpo da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE / Belo Horizonte-MG). Possui experiência docente e de pesquisa no ensino superior e se interessa por questões referentes à ética, à linguagem, à ontologia, à metafísica, à fenomenologia e à literatura. Membro do CEBEL: Centro Brasileiro de Estudos Levinasianos.

MAURÍCIO DE ASSIS REIS é doutor em Filosofia Contemporânea pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mestre em Estética e Filosofia da Arte pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), especialista em Filosofia também pela UFOP e bacharel em Filosofia pela Faculdade Arquidiocesana de Mariana, atual Faculdade Dom Luciano Mendes; sua pesquisa refere-se às relações entre experiência , linguagem e história e seu estatuto na concepção da unidade da obra de Theodor W. Adorno. Atualmente, é Professor Assistente II pela Faculdade Dom Luciano Mendes, atuando no curso de Filosofia; Professor Nível I, Grau A, pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), atuando junto ao Departamento de Ciências Humanas da unidade de Barbacena e nos cursos de Pedagogia e Ciências Sociais; e Professor pela Univiçosa, atuando nas áreas de filosofia e ciências sociais no curso de Direito e na área de bioética nos cursos de Fisioterapia e Odontologia. É autor de “Adorno: estudos sobre experiência e pensamento” e organizador de “Entre o ser e o não-ser”; membro permanente do Grupo de Trabalho (GT) de Teoria Crítica da Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia (ANPOF).

CRISTIANE PIETERZACK é doutora em Filosofia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. É Perita em Magistério Eclesial e Normativa Canônica pelo Studium de Roma (2015). Mestra em Filosofia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma (2013) com especialização em Filosofia Prática. Mestra em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Maria (2009), com ênfase em fenomenologia e hermenêutica. Graduada em Filosofia pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (2005). Tem experiência de docência universitária e de práxis filosófica. É pesquisadora na área de hermenêutica, ética e ciências da família. É coordenadora do Centro de Estudos sobre a família, da Domus ASF.