ARISTÓTELES: LUGAR DO ?PASSO ATRÁS? DE HEIDEGGER

Inconfidentia v.3, n.5 • Revista de Filosofia Inconfidentia

Autor: OLIVEIRA, Ibraim Vítor de

Resumo:

Heidegger traz consigo, em todo seu caminho filosófico, como marca indelével, a apropriação que faz de Aristóteles. Isso se evidencia em pelo menos dois aspectos. Em primeiro lugar, no fato de que ele jamais abandona as intuições fundamentais de Ser e tempo, profundamente centradas no projeto de desconstrução fenomenológica a partir da leitura de Aristóteles, autor que compõe o essencial do “laboratório de Heidegger”. Em segundo lugar, no sentido do “passo atrás” (Schritt zurück), realizado por Heidegger, em algum momento do ano de 1927, em que as concepções especialmente do Estagirita, brilhante síntese da filosofia grega, são assumidas como inaugurais da “história do ser”; Aristóteles é o lugar primordial do “passo atrás” heideggeriano, do “salto” para a origem mais originária, da superação(Überwindung) da metafísica. O presente texto pretende resgatar esses dois aspectos dos encontros de Heidegger com Aristóteles, seguindo a perspectiva segundo a qual, mesmo depois de passar aflertar, por exemplo, com Nietzsche ou Hölderlin e os pré-socráticos, as intuições aristotélicas jamais se ausentam dos caminhos do autor de Ser e tempo.

Abstract:

Heidegger porta con sé, lungo tutto il suo percorso filosofico, come segno indelebile, l'appropriazione che fa di Aristotele. Ciò è evidente sotto almeno due aspetti. In primo luogo, nel fatto che non abbandona mai le intuizioni fondamentali di Esseretempo, profondamente incentratesul progetto di decostruzionefenomenologica dalla lettura di Aristotele, autore che compone l’essenziale del chimato “laboratorio di Heidegger”. In secondo luogo, nel senso del “passo indietro” (Schrittzurück), realizzato da Heidegger, ad un certo puntonel 1927, in cui le concezioni, soprattutto del Estagirita, brillante sintesi della filosofia greca, sono assunte come inaugurale della “storia dell'essere”; Aristotele è il luogo primordiale del “passo indietro” heggeriano, del “salto” all’origine più originale, del superamento(Überwindung) della metafisica. Il presente testo intende affrontare questi due aspetti degli incontri di Heidegger con Aristotele, seguendo la prospettiva secondo cui, anche dopo aver iniziato a flirtare, ad esempio, con Nietzscheo Hölderlin e pre-socratici, le intuizioni aristoteliche non sono mai scomparse dai cammini dell’autore di Essere e tempo.

ISSN: 2318-8138

Texto Completo: http://inconfidentia.famariana.edu.br/wp-content/uploads/2019/05/5-D-1.pdf

Palavras-Chave: Aristóteles. Heidegger. Passo atrás. Origem.

Revista de Filosofia Inconfidentia

A Revista de Filosofia InconΦidentia surgiu como veículo de divulgação e incentivo à pesquisa da Faculdade  “Dom Luciano Mendes – DLM”. O nome recebido está relacionado ao fato da instituição se situar na região dos inconfidentes em Minas Gerais – Ouro Preto e Mariana, principalmente. Ela possui caráter filosófico e tem periodicidade de seis meses. O objetivo é tanto divulgar as pesquisas docentes realizadas no sítio da instituição como dialogar com articulistas provenientes de outras instituições de ensino superior da área, sejam nacionais ou estrangeiras. A InconΦidentia recebe artigos originais, frutos de pesquisas filosóficas, resenhas de livros e tradução de textos. 

Sobre os organizadores da Revista de Filosofia InconΦidentia:

EDVALDO ANTONIO DE MELO é doutor em Filosofia pela Pontifícia Universidade Gregoriana (PUG), bolsista Capes (programa DPE), com pesquisa na área da ética. Mestre em História da Filosofia pela mesma Universidade, tendo realizado pesquisa relacionada à ética e à linguagem em Emmanuel Lévinas. Pós-graduação lato-sensu pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP - MG). Bacharel em Teologia pelo Centro de Estudos Superior de Juiz de Fora (CESJF). Bacharel e Licenciado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG). Diretor Acadêmico, Coordenador do Curso de Filosofia e Professor na Faculdade Dom Luciano Mendes (FDLM / Mariana-MG). Integra o grupo de pesquisa Fenomenologia e genealogia do corpo da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE / Belo Horizonte-MG). Possui experiência docente e de pesquisa no ensino superior e se interessa por questões referentes à ética, à linguagem, à ontologia, à metafísica, à fenomenologia e à literatura. Membro do CEBEL: Centro Brasileiro de Estudos Levinasianos.

MAURÍCIO DE ASSIS REIS é doutor em Filosofia Contemporânea pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mestre em Estética e Filosofia da Arte pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), especialista em Filosofia também pela UFOP e bacharel em Filosofia pela Faculdade Arquidiocesana de Mariana, atual Faculdade Dom Luciano Mendes; sua pesquisa refere-se às relações entre experiência , linguagem e história e seu estatuto na concepção da unidade da obra de Theodor W. Adorno. Atualmente, é Professor Assistente II pela Faculdade Dom Luciano Mendes, atuando no curso de Filosofia; Professor Nível I, Grau A, pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), atuando junto ao Departamento de Ciências Humanas da unidade de Barbacena e nos cursos de Pedagogia e Ciências Sociais; e Professor pela Univiçosa, atuando nas áreas de filosofia e ciências sociais no curso de Direito e na área de bioética nos cursos de Fisioterapia e Odontologia. É autor de “Adorno: estudos sobre experiência e pensamento” e organizador de “Entre o ser e o não-ser”; membro permanente do Grupo de Trabalho (GT) de Teoria Crítica da Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia (ANPOF).

CRISTIANE PIETERZACK é doutora em Filosofia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. É Perita em Magistério Eclesial e Normativa Canônica pelo Studium de Roma (2015). Mestra em Filosofia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma (2013) com especialização em Filosofia Prática. Mestra em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Maria (2009), com ênfase em fenomenologia e hermenêutica. Graduada em Filosofia pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (2005). Tem experiência de docência universitária e de práxis filosófica. É pesquisadora na área de hermenêutica, ética e ciências da família. É coordenadora do Centro de Estudos sobre a família, da Domus ASF.