A BANALIDADE DO MAL: UM ESTUDO A PARTIR DE HANNAH ARENDT

Inconfidentia v.4, n.7 • Revista de Filosofia Inconfidentia

Autor: ROCHA, Dilson Brito da

Resumo:

Ao rastrear a filosofia do período clássico, a cientista política germânica Hannah Arendt (1906-1975) a toma como legado e, muito embora faça ressalvas sobre a democracia grega, defende que a dignidade da política é a dignidade do ser humano. Com tal suporte, opera uma análise do aderente e funcionário nazista Otto Adolf Eichmann (1906-1962), enxergando-o como um burocrata banal, incapaz de pensar. Para ela, as pessoas tinham uma visão errônea do que de fato aconteceu no Nazismo. Grosso modo, os judeus fiavam-se na ideia vã de que teria acontecido um evento histórico extraordinário, como se o povo nazista fosse monstro e que o fato teria sido algo contingente, localizado ou uma exceção. Nosso objetivo neste estudo é mostrar como Hannah Arendt descontrói sistematicamente esta percepção distorcida, se valendo da noção “banalidade do mal”, a fim de evidenciar raízes mais profundas, que extrapolam o caso Eichmann.

Abstract:

In tracing the philosophy of the classical period, the Germanic political scientist Hannah Arendt (1906-1975) takes it as a legacy and, even though it makes reservations about Greek democracy, argues that the dignity of politics is the dignity of the human being. With such support, operates an analysis of the adherent and Nazi official Otto Adolf Eichmann (1906-1962), seeing him as a banal bureaucrat, incapable of thinking. For her, people had a misconception of what actually happened in Nazism. Roughly speaking, the Jews were faithful to the vain idea that an extraordinary historical event would have occurred, as if the Nazi people were monsters and that the fact would have been contingent, localized or an exception. Our goal inthis study is to show how Hannah Arendt systematically relaxs this distorted perception, in view of the notion "banality of evil" in order to reveal deeper roots, which extrapolate the Eichmann case.

ISSN: 2318-8138

Texto Completo: http://inconfidentia.famariana.edu.br/wp-content/uploads/2020/04/7-8.pdf

Palavras-Chave: Política, pensamento, Nazismo, banalidade do mal.

Revista de Filosofia Inconfidentia

A Revista de Filosofia InconΦidentia surgiu como veículo de divulgação e incentivo à pesquisa da Faculdade  “Dom Luciano Mendes – DLM”. O nome recebido está relacionado ao fato da instituição se situar na região dos inconfidentes em Minas Gerais – Ouro Preto e Mariana, principalmente. Ela possui caráter filosófico e tem periodicidade de seis meses. O objetivo é tanto divulgar as pesquisas docentes realizadas no sítio da instituição como dialogar com articulistas provenientes de outras instituições de ensino superior da área, sejam nacionais ou estrangeiras. A InconΦidentia recebe artigos originais, frutos de pesquisas filosóficas, resenhas de livros e tradução de textos. 

Sobre os organizadores da Revista de Filosofia InconΦidentia:

EDVALDO ANTONIO DE MELO é doutor em Filosofia pela Pontifícia Universidade Gregoriana (PUG), bolsista Capes (programa DPE), com pesquisa na área da ética. Mestre em História da Filosofia pela mesma Universidade, tendo realizado pesquisa relacionada à ética e à linguagem em Emmanuel Lévinas. Pós-graduação lato-sensu pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP - MG). Bacharel em Teologia pelo Centro de Estudos Superior de Juiz de Fora (CESJF). Bacharel e Licenciado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG). Diretor Acadêmico, Coordenador do Curso de Filosofia e Professor na Faculdade Dom Luciano Mendes (FDLM / Mariana-MG). Integra o grupo de pesquisa Fenomenologia e genealogia do corpo da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE / Belo Horizonte-MG). Possui experiência docente e de pesquisa no ensino superior e se interessa por questões referentes à ética, à linguagem, à ontologia, à metafísica, à fenomenologia e à literatura. Membro do CEBEL: Centro Brasileiro de Estudos Levinasianos.

MAURÍCIO DE ASSIS REIS é doutor em Filosofia Contemporânea pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mestre em Estética e Filosofia da Arte pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), especialista em Filosofia também pela UFOP e bacharel em Filosofia pela Faculdade Arquidiocesana de Mariana, atual Faculdade Dom Luciano Mendes; sua pesquisa refere-se às relações entre experiência , linguagem e história e seu estatuto na concepção da unidade da obra de Theodor W. Adorno. Atualmente, é Professor Assistente II pela Faculdade Dom Luciano Mendes, atuando no curso de Filosofia; Professor Nível I, Grau A, pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), atuando junto ao Departamento de Ciências Humanas da unidade de Barbacena e nos cursos de Pedagogia e Ciências Sociais; e Professor pela Univiçosa, atuando nas áreas de filosofia e ciências sociais no curso de Direito e na área de bioética nos cursos de Fisioterapia e Odontologia. É autor de “Adorno: estudos sobre experiência e pensamento” e organizador de “Entre o ser e o não-ser”; membro permanente do Grupo de Trabalho (GT) de Teoria Crítica da Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia (ANPOF).

CRISTIANE PIETERZACK é doutora em Filosofia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. É Perita em Magistério Eclesial e Normativa Canônica pelo Studium de Roma (2015). Mestra em Filosofia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma (2013) com especialização em Filosofia Prática. Mestra em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Maria (2009), com ênfase em fenomenologia e hermenêutica. Graduada em Filosofia pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (2005). Tem experiência de docência universitária e de práxis filosófica. É pesquisadora na área de hermenêutica, ética e ciências da família. É coordenadora do Centro de Estudos sobre a família, da Domus ASF.